A Hyundai segue com uma estratégia discreta no mercado de carros eletrificados e avança de modo muito tímido no lançamento desse tipo de produto no Brasil. Na última semana, a fabricante sul-coreana anunciou a chegada da nova geração do Hyundai Kona, um suve de porte médio-compacto.
Oferecido em duas versões — a Ultimate, por R$ 214.990 e a Signature, por R$ 234.990 —, o Kona tem suas armas para enfrentar a forte concorrência. Tem uma boa dose de tecnologia, construção pautada na sobriedade e confiabilidade e um design moderno e atraente. O problema, talvez, esteja na falta de evolução do seu motor, que segue o mesmo da geração anterior.
Motor: em time que está ganhando não se mexe?
A nova geração do Hyundai Kona realmente evoluiu em praticamente tudo, mas o motor segue o mesmo do modelo que até outro dia era vendido por aqui. O conhecido 1,6 litro da família GDI, ou seja, a gasolina e com injeção direta a 350 bar , trabalha com um outro motor elétrico de 54,5 cv entregando, de maneira combinada — e não somada — 141 cv e 27 m·kgf. O câmbio também é o mesmo: robotizado de dupla embreagem a seco de seis marchas.
De construção moderna e robusta, esse motor traz alavancas-dedo com fulcro hidráulico e bomba de óleo de geometria variável. Os dois comandos de válvulas são acionados por corrente e têm fase variável na admissão e no escapamento. A bateria de íons de lítio tem arquitetura 240 V e oito células, com capacidade de 1,32 kW·h.
Na prática, o carro se comporta como o antigo Kona e também como outros modelos do grupo Hyundai, como o Kia Niro e o Hyundai Ioniq. As acelerações no uso urbano são ágeis, pois são os momentos em que o motor elétrico mais atua. Já em estrada sente-se o motor elétrico atuar para manter o motor com baixíssimas rotações , ao ponto de, por vezes, desligá-lo. Essa troca aliás, é imperceptível.
Segundo a Hyundai, o 0 a 100 km/h do novo Kona é feito em 11,2 s, algo que julgo indiferente para o cliente que este carro quer fisgar. Já no consumo, as coisas são bem mais auspiciosas. No uso durante o teste de lançamento, nossa média se mostrou bem próxima ao divulgado pela marca sul-coreana, 20 km/l na cidade e 18 km/l, na estrada (os números oficiais são 18 km/l e 16 km/l, respectivamente).
Comportamento dinâmico agrada e traz DNA conhecido
Antes de continuar, assista ao vídeo gravado em Guararema, SP, num belo ponto turístico da cidade.
Guiar um Hyundai é uma tarefa prazerosa e isso se repete com o Kona. A sensação de sobriedade, solidez e precisão está em cada curva e lombada. O Kona segue uma fórmula que vimos em modelos concorrentes como o próprio Corolla Cross, mas que também visto em irmãos de grupo, como o Kia Niro.
O Kona é bom de curva, com uma direção eletroassistida bem indexada à velocidade. A suspensão, por sua vez, mostra-se confortável, mas sem ser macia demais, algo característico dos Hyundai. Na dianteira, temos independente McPherson e, na traseira, independente multibraço, um ponto mais do que positivo. E é impossível dissociar esse acerto dos demais aspectos do carro, como o acabamento e qualidade de construção, da qual falarei mais adiante.
Algo que também merece elogios é o isolamento acústico, superior ao modelo antigo. Pouco se escuta da rodagem no asfalto e os ruídos externos são bem absorvidos. O motor, por sua vez, é bem abafado quando exigido, reforçando a reconstrução do cofre do motor com acréscimo mais material fonoabsorvente.
Acabamento e espaço interno melhoram
O acabamento do novo Hyundai Kona Hybrid é bom no geral, mas eu esperava mais. O Kona não é um carro que possa ser considerado premium, porém faltou esmero nesse aspecto. A compensação está na aparência tecnológica da cabine, com duas telas de 12 polegadas unidas numa única peça, bonita e bem construída.
O multimídia, aliás, é excelente, com espelhamento sem fio para smartphones, interface intuitiva e rápida e resolução da tela de alta qualidade. Há carregamento por indução, entradas USB-C e mordomias de segurança e conforto alinhadas com o que o mercado espera.
O pacote Adas é completo e traz itens como alerta de colisão dianteira, controle de cruzeiro adaptativo, centralizador de faixa e alerta de ponto cego, todos muito bem calibrados para o Brasil.
Já as medidas do Kona evoluíram mais do que o pacote tecnológico na comparação com o seu modelo anterior. Agora são 4.350 mm de comprimento, 1.825 mm de largura, 1.580 mm de altura e 2.660 mm de entre-eixos (ante os 4.205 mm, 1.800 mm, 1.669 mm e 2.600 mm na geração passada). O porta-malas também cresceu, subindo de 374 para 407 litros.
Na prática, para uma pessoa com meus 1, 85 m, o convívio no habitáculo traseiro é bem confortável e suficiente para uma viagem longa sem maiores problemas. A altura da cabine também agrada e o teto solar panorâmico, item de série na versão Signature, ajuda na sensação de amplitude na cabine.
Design chama atenção
Muitos brasileiros ainda compram carro levando em conta o design e o novo Hyundai Kona Hybrid entrega um ótimo cartão de visitas. O desenho escolhido pela Hyundai para a segunda geração claramente privilegia a modernidade, mas sem deixar de lado a robustez que um suve pede. O conceito Seamless Light (luz de rodagem diurna contínua sem emendas), utilizado na dianteira, é um show à parte e à noite deve ser ainda mais legal de ver.
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As rodas são de 18″ com desenho diamantado exclusivo, embora idênticas às do HB20. A estamparia da porta traz vincos sem exagero e que ajudam, também, na aerodinâmica. A traseira, por sua vez, segue o conceito visto na parte da frente, com um LED que fecha a o visual de ponta a ponta. Isso, claro, não é nenhuma novidade.
Conclusão
O novo Hyundai Kona Hybrid é um carro que cumpre o que promete quando se pensa em eficiência, conforto e usabilidade. O consumo privilegiado, alto nível de tecnologia e segurança e um design alinhado com a nova era dos carros globais darão ao seu proprietário um ótimo convívio. Mesmo o motor não proporcionando o desempenho dos sonhos, ele é mais que suficiente.
Preços e versões
O novo Kona Hybrid será vendido em duas versões:
• Ultimate – R$ 214.990
• Signature – R$ 234.990
FR
(Atualizada em 26/5/25 às 16:39, inserção de vídeo)
