É inegável que estamos diante de um divisor de águas. Com o CONCEPT AMG GT XX, a Mercedes-AMG não apenas aponta para o futuro da marca, mas redefine os limites do desempenho elétrico com um projeto que reúne inovação e arrojo em doses generosas. O visual é marcante, o conteúdo é tecnológico e o conjunto técnico aponta para algo muito maior do que um novo carro: trata-se de uma nova arquitetura de performance.
Além de uma vitrine tecnológica, o GT XX é o primeiro capítulo concreto da plataforma AMG.EA, que chegará aos modelos de produção a partir de 2026. Traz três motores de fluxo axial (em vez dos convencionais radiais), nova bateria de altíssimo desempenho com células cilíndricas refrigeradas individualmente e um sistema de tração integral totalmente variável. O resultado: mais de 1.360 cv, aceleração contínua, recarga ultrarrápida e um nível de eficiência aerodinâmica jamais visto em um esportivo. Tudo isso sob o manto de um design emocional e rebelde, com alma de Affalterbach e cérebro de Brixworth.
Quando eu estava selecionando os 10 fatos abaixo, me vi imerso em uma série de dados técnicos novos. Todos aqui adoramos, ou melhor, amamos a mecânica automotiva, a manufatura artesanal, o afinamento de componentes como carburadores, a seleção de peças de desempenho, o entendimento de tecnologias eletromecânicas para melhoria de potência e eficiência, a beleza e o som das explosões controladas, e tudo o que envolve o automóvel por mais de um século.
Mas agora, ou a partir de agora, temos que desvendar um novo mundo, com tipos de motores elétricos e suas construções, química e formato de células de baterias, sistemas de carregamento, atuadores elétricos, dispositivos aerodinâmicos sofisticados, integração de sistemas, interfaces e muito mais. Não se trata apenas de eletrificação. Nem de preferir um ou outro. De certa forma, eu acho isso, esse renascimento tecnológico, algo atraente e instigante. Gostaria de saber se mais pessoas pensam assim também.
Daqui para frente não vamos mais falar de comandos, bicos injetores, turbos e etc. Teremos que nos educar e aprender a avaliar novos elementos tecnológicos. Tenho conversas internas aqui no AE para tentarmos contribuir mais para esse entendimento. Por isso coloquei todo o material da AMG (mesmo em inglês) e os legendei.
DEZ FATOS INCRÍVEIS SOBRE O CONCEPT AMG GT XX
1. TRÊS MOTORES DE FLUXO AXIAL ENTREGAM MAIS DE 1.360 CV E REVOLUCIONAM O CONCEITO DE POWERTRAIN ELÉTRICO
O GT XX utiliza três motores elétricos de fluxo axial — dois no eixo traseiro e um no dianteiro. Essa arquitetura inédita na indústria permite uma densidade de potência muito superior à dos motores radiais convencionais, sendo cerca de três vezes mais compactos, dois terços mais leves e com entrega de torque significativamente mais alta. Cada unidade traseira possui cerca de 8 cm de largura, equipada com engrenagens planetárias e inversores de carbeto de silício. O motor dianteiro funciona como unidade auxiliar e se desacopla automaticamente em baixas cargas para maximizar a eficiência. O sistema completo ultrapassa 1.000 kW, ou 1.360 cv, com tração integral AMG Performance 4MATIC+ totalmente variável.
2. ARQUITETURA AMG.EA ESTREIA COM A MISSÃO DE REDEFINIR O DESEMPENHO ELÉTRICO
Desenvolvida especificamente para esportivos elétricos da Mercedes-AMG, a plataforma AMG.EA inaugura um novo patamar em integração de powertrain, rigidez torcional e segurança estrutural. O chassi adota uma estrutura tipo “skateboard” com materiais compostos e zonas de deformação otimizadas, centralizando a bateria como elemento estrutural e permitindo layout de suspensão, refrigeração e massa distribuída de forma ideal para um veículo de alto desempenho.
3. NOVA BATERIA DE ALTO DESEMPENHO USA CÉLULAS CILÍNDRICAS COM REFRIGERAÇÃO DIRETA A ÓLEO
A bateria do GT XX é uma das mais sofisticadas já projetadas para um automóvel. São mais de 3.000 células cilíndricas do tipo full-tab, com formato alto e estreito, alojadas em módulos plásticos soldados a laser e resfriadas individualmente por óleo dielétrico. O sistema mantém todas as células dentro de uma faixa térmica ideal mesmo em uso extremo, garantindo performance constante e durabilidade. A química interna combina cátodo NCMA (níquel, cobalto, manganês e alumínio) e ânodo com silício, atingindo densidade energética de 300 Wh/kg.
4. RECARGA ULTRARRÁPIDA COM MAIS DE 850 KW GARANTE 400 KM DE AUTONOMIA EM 5 MINUTOS
Utilizando corrente contínua de até 1.000 A e tensão nominal acima de 800 V, o sistema de recarga do GT XX supera a maioria dos padrões existentes. O veículo é capaz de adicionar cerca de 400 km (WLTP) em apenas cinco minutos — desempenho próximo ao de um abastecimento convencional. A Mercedes-AMG, em parceria com a Alpitronic, desenvolveu um protótipo de estação com cabo CCS capaz de lidar com essa carga, e prepara a expansão de sua rede própria de carregamento com base nesse novo padrão.
5. COEFICIENTE AERODINÂMICO DE 0,198 COM PNEUS LARGOS E DOWNFORCE ATIVO
Apesar de sua postura agressiva e rodas largas, o GT XX atinge um Cd de apenas 0,198. Isso foi possível por um trabalho profundo de integração entre forma, função e refrigeração ativa. O fundo do carro foi moldado para gerar efeito Venturi, reduzindo o levantamento da traseira e dispensando um grande aerofólio. O AIRPANEL, conhecido dos modelos AMG GT, foi aprimorado para controlar eletronicamente a entrada de ar em múltiplos estágios. A carroceria também incorpora soluções de resfriamento passivo no assoalho e canalizações dedicadas para dissipadores térmicos.
6. RODAS COM LÂMINAS MÓVEIS E GERADORES AUTÔNOMOS GARANTEM AERODINÂMICA E REFRIGERAÇÃO INTELIGENTE
As rodas de 21 polegadas do GT XX incorporam cinco lâminas móveis que se ajustam de forma ativa conforme a necessidade de resfriamento dos freios ou de otimização aerodinâmica. Cada roda possui um atuador próprio com gerador interno e comunicação Bluetooth com a central do veículo. A energia para as lâminas vem da própria rotação da roda, armazenada em uma microbateria, permitindo até 200 ciclos de movimentação por carga. Quando fechadas, as lâminas reduzem resistência ao ar; quando abertas, canalizam ar para os discos de freio e auxiliam no downforce traseiro.
7. INTERIOR REDUZIDO AO ESSENCIAL, MAS COM MATERIAIS DE BIOENGENHARIA E SOLUÇÕES DE PISTA
O cockpit do GT XX é uma mistura de carro de corrida e laboratório de materiais. Há pouca cobertura estética: a estrutura da carroceria, cabos e suportes estão à mostra. Os bancos são conchas de fibra de carbono com almofadas removíveis impressas em 3D, customizadas a partir de escaneamento corporal, como nos carros de endurance. O acabamento combina alumínio usinado, iluminação funcional e revestimento feito com LABFIBER.
A imagem ilustra o ciclo completo de criação da seda sintética Labfiber, desenvolvida por biotecnologia a partir do DNA da seda. Bactérias geneticamente modificadas produzem proteínas de seda que são extraídas, purificadas e transformadas em pó, posteriormente fiado em fibras e convertido em tecido. O material resultante é 100% biodegradável, leve, resistente e com aparência e toque sofisticados.
8. COMUNICAÇÃO VISUAL COM O AMBIENTE: PINTURA ELETROLUMINESCENTE E PAINEL TRASEIRO INTERATIVO
O GT XX é também um experimento de novas formas de interação visual.
A imagem acima revela o funcionamento da inovadora pintura eletroluminescente aplicada à carroceria do GT XX. Essa tinta especial é composta por múltiplas camadas condutoras e isolantes que, quando submetidas a corrente alternada, ativam pigmentos que emitem luz. O resultado é um brilho visível mesmo no escuro, com potencial para efeitos gráficos dinâmicos e comunicação visual ativa entre o carro, o ambiente e as pessoas ao redor. Um avanço tecnológico que transforma a carroceria em um novo canal de expressão e informação.
Na traseira, o painel MBUX Fluid Light reúne mais de 700 LEDs RGB controláveis individualmente, capazes de exibir textos, logos e animações em tempo real, como o status de recarga ou mensagens do veículo. A superfície externa foi jateada para garantir homogeneidade na retroiluminação de cada pixel, enquanto a estrutura interna evita a dispersão de luz, assegurando nitidez nas imagens. A tecnologia foi pensada para futuras aplicações de comunicação entre veículos, pedestres e infraestrutura urbana, transformando luz em linguagem.
9. INTEGRAÇÃO ENTRE SOM E DESIGN: ALTO-FALANTES EMBUTIDOS NOS FARÓIS
Uma solução engenhosa e inédita: os faróis do GT XX abrigam alto-falantes externos. A carcaça do farol funciona como câmara acústica, reduzindo peso e permitindo a emissão de sons de propulsão, alertas de pedestres e feedbacks de condução com mais potência e qualidade. O som é direcionado diretamente ao ambiente externo, criando uma nova experiência sonora que combina funcionalidade e inovação, com graves mais profundos e presença marcante.
10. UM AMG COM ALMA DE F1: DA BRIXWORTH À AFFALTERBACH
Todo o conjunto de propulsão e gerenciamento térmico do GT XX foi desenvolvido com forte influência da Fórmula 1. A expertise da AMG High Performance Powertrains (HPP), em Brixworth, se traduziu em um pacote que alia densidade de potência, resfriamento por óleo direto e comportamento térmico extremamente controlado. O resultado é um carro capaz de entregar alta performance em repetição contínua, com estabilidade térmica, baixa degradação de bateria e capacidade de regeneração eficiente — um verdadeiro laboratório de pista em forma de cupê.
ARQUITETURA ELÉTRICA DE ALTO DESEMPENHO: POTÊNCIA E EFICIÊNCIA COMPACTADAS
A imagem mostra o conceito do “trem de força” do CONCEPT AMG GT XX, com três motores elétricos independentes: um dianteiro (Front Single) e dois traseiros (Rear Twin), permitindo tração integral e controle vetorial de torque. No centro da plataforma está a bateria elétrica de alta performance, integrada ao chassi para otimizar rigidez estrutural e centro de gravidade. Os barramentos de alta tensão conectam os componentes e ficam em uma estrutura central. A tomada de carga fica posicionada na lateral traseira.
EXPLORANDO A UNIDADE DE TRAÇÃO ELÉTRICA DO GT XX
A imagem mostra o conjunto completo de uma das Unidades de Tração Elétrica de Alta Performance (HP.EDU) do CONCEPT AMG GT XX. Vemos o motor de fluxo axial (AFM), responsável por entregar altíssima densidade de potência com dimensões compactas. Acoplado a ele, o conjunto de engrenagens planetárias transmite o torque às rodas. Os inversores de carbeto de silício (SiC) convertem a corrente contínua da bateria em corrente alternada para alimentar os motores, garantindo maior eficiência térmica e menor perda energética. A arquitetura modular e simétrica permite dois motores traseiros independentes (como na imagem) e um motor dianteiro auxiliar, formando o sistema de tração integral variável AMG Performance 4MATIC+.
MOTOR DE FLUXO AXIAL: MENOR, MAIS LEVE E MUITO MAIS POTENTE
Os ganhos do motor de fluxo axial utilizado no CONCEPT AMG GT XX em comparação aos motores de fluxo radial convencionais. A tecnologia permite uma redução de 67% tanto no peso quanto no comprimento dos motores, com densidade de potência três vezes maior e densidade de torque duas vezes superior. Tudo isso em um pacote extremamente compacto, que otimiza o empacotamento e a distribuição de massa do veículo, além de viabilizar desempenho repetitivo com menos perdas térmicas.
BATERIA ELÉTRICA DE ALTO DESEMPENHO COM CÉLULAS CILÍNDRICAS E REFRIGERAÇÃO DIRETA
A imagem destaca a inovadora bateria do CONCEPT AMG GT XX, projetada do zero para entregar densidade energética e controle térmico excepcionais. Com mais de 800 V, o sistema opera em alta voltagem e utiliza células cilíndricas desenvolvidas sob medida, organizadas em módulos de estrutura leve. Cada célula é resfriada individualmente por óleo dielétrico, não condutivo, garantindo estabilidade térmica e desempenho máximo mesmo sob uso extremo. A solução representa um avanço significativo na arquitetura de baterias para veículos elétricos de alto desempenho.
RECARGA EM TEMPO DE ABASTECIMENTO: UM NOVO PADRÃO DE EFICIÊNCIA ELÉTRICA
A imagem destaca o sistema de recarga ultrarrápida do CONCEPT AMG GT XX. Pela primeira vez, uma estação de carregamento de alta performance foi desenvolvida para transmitir até 1.000 amperes usando um conector CCS padrão. Com tensão acima de 800 V, o sistema atinge potência média de mais de 850 kW em uma ampla faixa da curva de carregamento. Isso permite recuperar cerca de 400 km de autonomia em apenas cinco minutos, aproximando a experiência elétrica do tempo típico de um abastecimento com combustível fóssil.
PM
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