O Fiat Argo 1,3 Trekking CVT, agora na linha 2026, reafirma a proposta de hatch robusto, acessível e confiável — e ganha, pela primeira vez, um toque mais refinado em itens de conectividade, segurança e iluminação. Durante uma semana de uso intenso em ambiente urbano e rodoviário, o modelo mostrou que, mesmo sem soluções sofisticadas ou design inédito, evoluiu com coerência onde mais importa: na experiência prática e nos fundamentos técnicos.
O Fiat Argo 2026 é oferecido nas seguintes versões e preços no site da marca:
Argo 1,0 – R$ 91.990
Argo Drive 1,0 – R$ 93.990
Argo Drive 1,3 CVT – R$ 103.990
Argo Trekking 1,3 CVT – R$ 106.990 (versão testada)

Motor Firefly 1,3: simplicidade com eficiência
O coração do Argo segue sendo o conhecido Firefly 1,3-l de quatro cilindros e oito válvulas, instalado na transversal. São 1.332 cm³, com diâmetro x curso de 70,0 x 86,5 mm e taxa de compressão de 13,2:1, o que permite bom aproveitamento térmico mesmo com injeção nos dutos (Magneti Marelli 12GF).

A potência atinge 98 cv a 6.000 rpm com gasolina e 107 cv a 6.250 rpm com álcool, e o torque máximo é de 13,2 m·kgf a 4.250 rpm com gasolina e 13,7 m·kgf a 4.000 rpm com álcool. No uso cotidiano, esses números se traduzem em progressão suave e funcionamento silencioso. O cabeçote de alumínio, com duas válvulas por cilindro, privilegia robustez e boa potência em baixas rotações, o que torna o conjunto muito adequado ao trânsito urbano.

O câmbio automático continuamente variável (CVT) fornecido pela Aisin e calibrado pela Fiat está ajustado para sete marchas e conta com modo Sport acionado através de botão no volante de direção. A relação da marcha variável vai de 2,48 a 0,40, com diferencial curto (5,698:1), o que garante boas arrancadas, mesmo em situações de carga. Em estrada, a rotação a 120 km/h em sétima automática é 2.400 rpm, favorecendo o consumo. Se for a 7ª selecionada manualmente a rotação é maior, 3.200 rpm.

Câmbio CVT: suavidade com personalidade
Diferente de outros CVTs, que mantêm o motor girando alto em acelerações mesmo moderadas, o do Argo procura rotações intermediárias que mantêm o Firefly operando com eficiência. A seleção manual de marchas elimina a sensação de patinagem e torna a condução mais natural para quem está acostumado a câmbios automáticos epicíclicos, os chamados convencionais.

No modo Sport, o mapeamento da ECU e do câmbio muda substancialmente. O acelerador fica mais responsivo e as marchas são mantidas por mais tempo, aproveitando melhor a potência nas faixas altas. A condução fica mais direta, útil em ultrapassagens e em uso rodoviário com veículo carregado.
Segundo a fábrica, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 11,8 s com álcool e atinge 173 km/h. Valores compatíveis com o desempenho observado na semana de teste, em que o Argo se mostrou ágil o suficiente para o uso diário, mesmo com o ar-condicionado ligado e dois ocupantes a bordo.

Direção, suspensão e freios: bom acerto para o Brasil
A direção tem assistência elétrica com redução progressiva de assistência bem ajustada, mas sem uma excelência na definição do centro. O diâmetro mínimo de giro (10,7 m) facilita manobras, e a resposta ao volante é direta sem comprometer o conforto. A suspensão dianteira McPherson com barra antirrolagem, combinada com o eixo de torção traseiro, utiliza molas helicoidais e amortecedores pressurizados com batente hidráulico de distensão na frente, evitando o incomodo ruído de queda de roda.

Mesmo com pneus 205/60 R15 de uso misto, o Argo Trekking se mostrou confortável sobre piso irregular e coerente em curvas. A altura mínima do solo de 159 mm e o curso generoso da suspensão reforçam a aptidão para encarar valetas e lombadas sem risco de contato om o solo. A carroceria apresenta rolagem previsível, e o controle de estabilidade e tração atua de forma discreta quando necessário.
Os freios são a disco ventilado na frente (Ø mm 257) e tambor de Ø 203 mm atrás, com ABS e EBD. O pedal tem boa modulação e resposta consistente mesmo em descidas longas, garantindo segurança e controle.

Consumo e rendimento
Com tanque de 45 litros e peso em ordem de marcha de 1.161 kg, o Argo Trekking CVT está homologado junto ao Inmetro com 12,8/9,0 km/l na cidade e 14,3/11,8 km/l na estrada. Em nosso trecho padrão de São Paulo a Campinas a 120 km/h com ar-condicionado ligado o resultado obtido foi de 16,5 km/l, estando o veículo abastecido com gasolina.

No uso geral da semana com 60% em trechos urbanos a média registrada no computador de bordo foi de 11,1 km/l — bom resultado considerando o tipo de pneu e o trânsito enfrentado.

Evoluções da linha 2026: conectividade e segurança
A linha 2026 traz melhorias bem-vindas. Os faróis e luzes de neblina agora são de LED nas versões CVT, proporcionando iluminação mais eficaz e uma assinatura visual moderna. O sistema multimídia Uconnect de 7” passou a oferecer espelhamento sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, reduzindo a dependência de cabos e melhorando a ergonomia a bordo.

O painel adota acabamento escurecido em todas as versões, o que ajuda na sensação de maior sofisticação e reduz reflexos. Já o controle de velocidade de cruzeiro — presente na versão Trekking — é fácil de operar e útil em viagens, contribuindo para reduzir o cansaço em trajetos monótonos e ajudando a evitar multas por excesso de velocidade.
No campo da segurança, além das obrigatórias bolsas infláveis frontais, todas as versões contam com controle de estabilidade, tração, assistente de partida em rampa e, no caso do Trekking CVT, sensores de estacionamento traseiros.

Vida a bordo
O Argo oferece bom espaço interno para um hatch compacto. Com 2.521 mm de entre-eixos, quatro adultos se acomodam bem, e o porta-malas de 327 litros atende à bagagens de um fim de semana sem apertos. A ergonomia é simples, porém funcional, com comandos bem localizados e posição de dirigir elevada, reforçada pela suspensão mais alta da versão Trekking.
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Conclusão
O Fiat Argo Trekking 1.3 CVT, em sua versão 2026, mantém os atributos técnicos que sempre valorizaram o modelo: robustez, bom acerto de suspensão, desempenho adequado e baixo custo de manutenção. Agora, com os novos recursos de LED, conectividade sem fio e mais conteúdo de conforto, aproxima-se do que o consumidor espera de um carro atual, sem sacrificar simplicidade nem confiabilidade.
Ele não empolga, mas conquista pela honestidade técnica. Um hatch com a solidez mecânica que só o tempo aperfeiçoa — e agora com um pouco mais de requinte.
GB
FICHA TÉCNICA FIAT ARGO TREKKING 2026 | |
MOTOR | |
Denominação | 1.3 Firefly |
Descrição | 4-cilindros em linha, dianteiro, transversal, bloco e cabeçote de alumínio, comando de válvulas no cabeçote com variador de fase, corrente, 2 válvulas por cilindro, aspiração atmosférica,injeção no duto, flex |
Diâmetro x curso (mm) | 70 x 86,5 |
Cilindrada (cm³) | 1.332 |
Taxa de compressão (:1) | 13,2 |
Potência (cv/rpm, G//A) | 98/6.000//107/6.250 |
Densidade de potência (cv/L, G/A) | 73,2 / 80,3 |
Torque (m·kgf/rpm, G/A) | 13,2/4.250//13,7/4.000 |
Densidade de torque (m·kgf, G/A) | 9,9 / 10,3 |
Rotação de corte (rpm) | 6.000 |
Gerenciamento do motor | Magneti Marelli 12GF |
Comprimento da biela (mm) | 149,3 |
Relação r/l | 0,289 |
TRANSMISSÃO | |
Câmbio | Transeixo automático CVT, 7 marchas em modo manual sequenicial, tração dianteira |
Relações de transmissão em modo automático (:1) | 2,48 a 0,40 |
Relações de transmissão em modo manual (:1) | 1ª 2,27; 2ª 1,74; 3ª 1,34; 4ª 1,07; 5ª 0,85; 6ª 0,68; 7ª 0,54; ré 2,60 |
Relação do diferencial (:1) | 5,698 |
FREIOS | |
Dianteiros (Ø mm) | Disco ventilado / 257 |
Traseiros (Ø mm) | Tambor / 203 com regulagem automática da folga |
Controle | ABS e distribuição eletrônica das forças de frenagem |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, McPherson, braço de controle triangular, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra antirrolagem de Ø 17 mm |
Traseira | Eixo de torção, mola helicoidal e amortecedor pressurizado |
DIREÇÃO | |
Tipo | Pinhão e cremalheira, eletroassistida |
Diâmetro mínimo de curva (m) | 10,7 |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | Liga de alumínio, 6J x 15 |
Pneus | 205/60 R15H |
PESOS (kg) | |
Em ordem de marcha | 1.161 |
Carga útil | 400 |
Peso bruto | 1.561 |
Peso rebocável (sem freio) | 400 |
CONSTRUÇÃO | |
Tipo | Monobloco em aço, hatchback, 4 portas, 5 lugares, subchassi dianteiro |
DIMENSÕES (mm) | |
Comprimento | 4.031 |
Largura (sem espelhos) | 1.750 |
Altura | 1.538 |
Distância entre eixos | 2.521 |
Bitola dianteira/traseira | 1.463/1.500 |
Distância mín. do solo | 159 |
CAPACIDADES (L) | |
Porta-malas | 327 |
Tanque de combustível | 45 |
DESEMPENHO | |
Velocidade máxima (km/h, G/A) | 169/173 |
Aceleração 0-100 km/h (s, G/A) | 12,8 / 11,8 |
CONSUMO INMETRO/PBEV | |
Cidade (km/l, G/A) | 12,8 / 9,0 |
Estrada (km/l, G/A) | 14,3 / 10,3 |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
v/1000 em 7ª (km/h, automatico/manual) | 50,3 / 37,2 |
Rotação a 120 km/h em 5ª (rpm) | 2.400 / 3.200 |
Rotação à veloc. máx em 6ª (rpm) | 5.860 |