Neste 1.º de julho a Bentley deu o primeiro passo de uma nova fase e apresentou um emblema totalmente redesenhado, o quinto em 106 anos de história. Em pouco mais de uma semana, no dia 8, o novo “Winged B” (B alado) estreará num conceito que antecipa a próxima geração de produtos da marca, junto com a inauguração do novo Design Studio em Crewe, Inglaterra.
Para quem acompanha a indústria automobilística, vale ficar atento. Trocar o emblema pode parecer apenas um detalhe estético, mas costuma sinalizar mudanças bem maiores. Se a história da Bentley servir de guia, as novas asas certamente trarão algo novo e interessante. Mesmo que para nós aqui no Brasil a marca seja completamente distante, ela continua sendo um símbolo de desejo e tradição com carros sensacionais.

A origem das asas
Quando W. O. Bentley fundou a empresa em 1919, pediu ao ilustrador F. Gordon Crosby, o mais celebrado artista automobilístico de seu tempo, uma marca que traduzisse velocidade e ambição. Crosby entregou o “B” envolto por asas, cada uma com número diferente de penas para evitar falsificações. A primeira revisão veio em 1931, já sob a administração da Rolls-Royce, com traços simétricos e dez penas de cada lado. Na década de 1990, o desenho ganhou curvas novamente, reverenciando o original. Em 2002, na era do Continental GT, a Bentley recuperou a assimetria de penas (dez à esquerda, onze à direita). Agora, mais de duas décadas depois, chegamos ao emblema de 2025.
Como nasceu o novo Winged B
Robin Page, diretor de Design desde o fim de 2024, convocou toda a equipe para um concurso interno de ideias. A proposta escolhida veio de Young Nam, designer de interiores, e ganhou forma com atenção minuciosa. O objetivo era atualizar detalhes clássicos, como o padrão em diamante das asas internas e o “B” central em relevo, sem perder o espírito artesanal nem cair em excessos decorativos.
De acordo com a Bentley o resultado apresenta asas mais angulosas, inspiradas na silhueta de um falcão-peregrino em voo, e linhas mais limpas: desapareceram as penas inferiores que costumavam contornar a letra. O “B” permanece como joia de centro, mas agora traz profundidade tridimensional, aro chanfrado de metal polido e acabamento que lembra a lapidação de um relógio de luxo. Além disso, a peça central pode ser usada sozinha, como ícone gráfico independente.

O emblema estreará no protótipo que a Bentley revelará em 8 de julho. O carro não está destinado à produção imediata, porém antecipa a linguagem que os futuros modelos adotarão. A inspiração parte de um Bentley histórico, ainda mantido em sigilo, que servirá de ponto de partida para reinterpretar proporções, superfícies e detalhes. Vamos aguardar, mas acredito que deva ser algo sensacional.
O significado por trás do símbolo
Para Robin Page, o emblema equivale à assinatura da marca. Em um mundo cada vez mais saturado de imagens digitais, escolher simplificar e refinar é um gesto contemporâneo. O novo Winged B condensa confiança, cuidado e criatividade, qualidades que a Bentley pretende exibir com ênfase nos próximos anos.
É também um lembrete de que uma marca de luxo vive das histórias que conta, e de como escolhe contá-las. E isso, quando feito com autenticidade, gera desejo.
O primeiro compromisso oficial das novas asas será em 7 de julho, na abertura do Design Studio de três andares construído dentro do edifício original da fábrica de 1938. No dia seguinte, os holofotes se voltam para o conceito que vestirá o emblema pela primeira vez.
PM
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