CAOA CHERY ARRIZO 5: NOVO CÂMBIO CVT E MUDANÇA NO QUADRO DE INSTRUMENTOS

O sedã Caoa Chery, produzido em Jacareí, SP, foi lançado em dezembro de 2018 e testado pelo AE em abril do ano passado. Agradou bastante, como pode ser lido na matéria com vídeo. O carro, que mais parece ser uma marca europeia do que chinesa, permanece igual, mas recebeu o câmbio (sempre WLY, chinês) CVT de 9 marchas, também com conversor de torque. O motor flex 1,5-litro turbo foi recalibrado para produzir mais 2 m·kgf de torque e em rotação mais baixa, e o quadro de instrumentos foi atualizado para maior facilidade de leitura, além de trazer mais informações no computador de bordo.

Continuam duas versões, RT em vez de RX, e RTS no lugar da RXT. Preços, R$ 74.590.e R$ 83.590, nessa ordem.

Câmbio

Com duas marchas mais, e o encurtamento da primeira de 2,46:1 para 2,69:1 e alongamento da última marcha, de 0,42:1: para 0,38:1. o “leque” (nome técnico espectro, spread) de marchas aumentou de 5,77:1 para 7,07:1. Significa que, em princípio, são melhor atendidas todas as condições de utilização do veiculo. A relação do diferencial foi encurtada de 5,14:1 para 5,409:1, o que se traduz numa primeira efetivamente 15,1% mais curta. Essa fato, combinado com mais 2 m·kgf de torque e a 1.750 rpm ante 4.000 rpm, deu mais agilidade a partir da imobilidade ao Arrizo 5, claramente perceptível. Claro, contribui para a aceleração 0-100 km/h ter caído de 10,8 s para 9,98 s.

Na outra ponta, a v/1000 do RTS com pneus 205/50R17W (como no anterior RXT) subiu de 54,8 km/h para 56,7  km/h, daí que a 120 km/h velocidade verdadeira o motor está a  2.120 rpm (2.190 rpm antes, praticamente sem alteração).

O conversor de torque o multiplica por 1,9, estola a 2.200 rpm e bloqueia após 3 segundos, informa a Caoa Chery, Aos 40.000 km óleo e seu filtro são trocados uma única vez, depois não troca mais. Modificação na bomba de óleo tipo palheta melhorou a lubrificação e a eficiência do sistema

O câmbio tem dois modos, Eco e Sport, o primeiro determinando retenção das marchas baixas o mais possível, para menor consumo, o Sport, elevando a rotação antes de subir marcha e trocas mais rápidas. Um botão no console da alavanca alterna os dois modos.A alavanca tem as posições PRNDL, esta última deixando o câmbio restrito às marchas mais curtas, útil para freio-motor em descidas de serras. Deslocando a alavanca para a esquerda têm-se o modo manual (sobe marcha para frente). Ao o motor chegar a 5.800 rpm sobe marcha, e nesse modo a função kickdown (redução comandada por acelerar rápido e a funfo) fica inerte.

O funcionamento geral deste CVT é bom, embora a reduza marcha com uma frequência que me parece desnecessária, tanto ao movimentar o pedal do acelerador, quanto nas leves pendentes das autoestradas. Há crreeping (avanço lento ao soltar o freio) calmo, mas não há controle de neutro.

Motor

O motor 1,5 litro turbo, e flex, duplo comando por corrente e válvulas por cilindro, com variador de fase na admissão, e injeção no duto, tem potência de 143/150 cv a 5.500 rpm. O torque, como vimos acima, era 19,4 m·kgf e subiu importantes 2 m·kgf para 21,4 m·kgf e em rotação mais baixa, 1.750 rpm ante 4.000 rpm, por meio de nova calibração que pode ter resultado também de alguns décimos de bar mais na pressão se turbocarregamento (dado a conferir antes do teste “no uso”).

O motor prima pela suavidade de funcionamento em toda a faixa de rotação e tem marcha-lenta isenta de trepidação com em todo 4-cilindros Sua relação r/l é perfeita, 0,295, e a taxa de compressão é adequada a um motor flez turbocarregado, 9,5:1.

A fabricante não informa velocidade máxima, mas afirmou que ela é conseguida em 8ª marcha. Tenho certeza de que supera com facilidade 200 km/h fazendo um exercício de cálculo. Se a  v/1000 da 8ª é 41,2 km/h e supondo que o motor não chegue às 5.500 rpm da potência máxima, mas a 5.000 rpm, temos aí 206 km/h; mas pode ser que até passe um pouco disso.

O consumo de combustível de homologação no Denatran é 11,0/7,6 km/l na cidade e 12,9/9,6 km/l, na estrada.

Trem rodante

A suspensão é a “universal” dianteira McPherson e traseira por eixo de torção. Faz jus à fabricação do Arrizo 5 em solo pátrio, tal o comportamento do veículo no nosso piso de quinta categoria. Ou seja, perfeito controle das oscilações pelos amortecedores, total compatibilidade com as constantes das molas, conforto de rodagem, e ausência de rumorosidade da suspensão trabalhando.

A direção eletroassistida está entre as melhores que já dirigi, com peso de volante (de Ø 370 mm) ideal em qualquer velocidade, e centro definido. Não há informação da relação de direção — estimo ser entre 14.5:1 e 15:1 —, nem diâmetro do mínimo de curva, só que são 2,7 voltas do volante entre batentes.

Os freios a disco ventilado na dianteira e a disco sem ventilação na traseira dão a certeza de atender com perfeição a massa do carro e as velocidades que alcança. O freio de estacionamento passa a ser eletromecânico e há agora O seu autoacionamento nas paradas, bastante cômodo ao ser desnecessário manter o veículo usando o freio de serviço. Basta encostar o pé no pedal do acelerado para esse freio ser liberado.

As rodas da versão-topo RTS, oferecida para dirigir na apresentação são de liga de alumínio com face externa polida e são montadas pneus 205/50R17W (Michelin Primacy 4), mostrando boa escolha da medida pela Caoa Chery.  A versão RT tem rodas de 16 polegadas com pneus 205/55R16V.

Equipamentos

A lista de equipamentos ao final mostra razoável dotação de equipamentos. Mas faltam alguns itens apreciados atualmente,como ajuste de distância do volante e encosto do banco traseiro dividido pelo menos 50:50. Não há faróis de neblina, mas há a importante luz traseira para esse condição de tempo e a hoje essencial luz de rodagem diurna em LED.

Os mais exigentes poderão apontar a falta de espelho retrovisor eletrocrômico (é prismático) e não haver espelho no para-sol do motorista, nem iluminação nesse espelho do passageiro dianteiro; falta iluminação no porta-luvas e alguns sentirão falta da faixa degradê no para-brisa.

Há a sempre e cada vez mais bem-vinda leitura digital de velocidade em repetição ao velocímetro no mostrador de 3,5 pol entre os dois instrumentos principais e na versão RTS são quatro bolsas infláveis além das obrigatórias frontais.

Conclusão

O Arrizo 5, principalmente com as mudanças, constitui uma boa opção em sedã. É espaçoso e de rodar confortável, muito agradável de dirigir , além de denotar boa construção. O porta-malas merecia uns 50 litros mais, passando dos 430 litros para 480 litros, o mesmo com o tanque de combustível, 7 litros mais, para 55 litros, seriam bem-vindos, em especial para quem utilizar álcool. A marca está bem estabelecida no país, com fábricas em Jacareí, SP e Anápolis, GO, certeza de operação definitiva em solo brasileiro.

BS