O projeto Bloodhound para a quebra do recorde de velocidade terrestre já foi publicado no AE, veja esse meu texto de novembro do ano passado. A novidade agora é que a empresa chinesa Geely anunciou que irá custear o projeto, que vinha passando por muitos problemas financeiros.
A Geely será o principal patrocinador e por isso terá mais espaço publicitário no carro, além de prover ajuda técnica, veículos para deslocamento e o indispensável numerário, necessário em grande soma para um objetivo dessa magnitude: alcançar a velocidade de 800 mph (1.287 km/h) no ano que vem e 1.000 mph (1.609 km/h), em 2018.
A Geely é proprietária da sueca Volvo desde 2010 e da fábrica dos táxis ingleses, a LTC, London Taxi Company, há três anos. O presidente da empresa, Li Shufu, visitou a exposição sobre recordes de velocidade no Museu do Transporte de Coventry, na Inglaterra, onde uma maquete em tamanho real do Bloodhound está exposta, e se interessou pelo projeto. Como a LTC tem planos de fabricar a próxima evolução do famoso táxi, que terá propulsão elétrica e carroceria em alumínio, a imagem de novas tecnologias será de grande efeito com o patrocínio do Bloodhound, além de reforçar a marca no mercado britânico e europeu.
Ainda há bastante trabalho no carro, e a Geely irá fornecer potência computacional para redução de ruído na cabine e simulação de testes de frequência natural em diversos componentes com o objetivo de evitar quebras devido às enormes cargas de forças e vibrações. Também ensaios de fluxo de ar e simulações de suspensão serão feitos na empresa chinesa.
O detalhe de confidencialidade militar do programa é o motor a jato EJ200, idêntico ao do caça multimissão Eurofighter Typhoon. Segundo Mark Chapman, engenheiro-chefe do projeto, informações sobre o motor não serão divididas com os chineses, pois há acordo de segurança com o Ministério da Defesa britânico sobre isso.
A equipe planeja os primeiros testes em movimento para julho próximo, no aeródromo de St. Mawgan, sudoeste da Inglaterra, antes de enviar o carro para a planície de Hakskeen, no norte da África do Sul, em outubro.
JJ