O jornalista americano Brock Yates faleceu nessa quarta-feira (5) após doze anos convivendo com o Mal de Alzheimer, informou seu filho Brock Yates Jr.
Yates trabalhou por décadas na revista Car and Driver e além de ser um crítico ferrenho de limites de velocidade inadequadamente baixos, criou a corrida Cannonbal Run, com nome escolhido em homenagem a Erwin “Cannonball” Roberts. Essa corrida não tinha regras, apenas chegar o mais rápido à costa leste americana saindo da Califórnia.
Criada em 1971, a prova foi vencida por ele mesmo na estreia, em dupla com o piloto profissional Dan Gurney, com o tempo de 35 horas e 54 minutos, utilizando um Ferrari 365 GTB/4, o conhecido Daytona. A corrida gerou o filme de mesmo nome que estreou em 1981 e teve a participação de vários atores de primeira linha, com grande sucesso e uma sequência, “Cannonball Run II”.
Yates era antes de tudo um defensor da liberdade dos cidadãos, e sua coluna e matérias na revista sempre tiveram esse foco. Os burocratas que prejudicavam o prazer de dirigir com a lei nacional que instituiu o limite de velocidade de 55 mph (88 km/h) em todo o país em 1974, o advogado Ralph Nader, que incutiu na cabeça de milhões de pessoas que carros são inseguros, e o presidente Jimmy Carter, foram alguns dos alvos de seus memoráveis escritos.
Especialmente nesse último caso, Brock Yates informou em carta aberta à mãe do presidente Carter que, diante do limite nacional de 55 mph, a comitiva presidencial havia coberto uma determinada distância em tempo tal que resultava em uma velocidade média cerca de 20 mph (32 km/h) acima do limite permitido. Yates disse que o pequeno Jimmy estava traquinando, e merecia um puxão de orelha da mãe.
Publicou 14 livros e permaneceu ativo até 2008, com menor frequência de trabalho, pois a doença já o afetava.
Entusiastas de todo o mundo agradecem sua existência nesse planeta e desejam que seu espírito continue a inspirar a liberdade e o prazer de dirigir.
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JJ