Quem poderia imaginar que cinco empresas de porte gigantesco e concorrentes entre si em diversas áreas da mobilidade, poderiam unir-se para um objetivo comum. Elas querem buscara novos caminhos, além da eletrificação, para atingir a neutralidade carbônica. Garantem que a solução passa pelo motor a combustão.
Para conseguir chegar à neutralidade carbônica, a aliança formada pela Subaru, Toyota, Mazda, Yamaha e Kawasaki está concentrando seus esforços no aumento da variedade de combustíveis usados pelos motores a combustão. Isso enquanto muita gente tenta acelerar a eletrificação do automóvel até 2040 e erradicar de vez o motor a combustão da face da Terra…
Subaru, Toyota e Mazda já anunciaram planos para incrementar a eletrificação dos seus modelos. Mas continuam a defender não só a importância de manter opções em aberto, como também em dar aos seus clientes a possibilidade de escolher a tecnologia que melhor se adapta às suas necessidades. Com certeza as cinco marcas ganharão milhões de fãs e adeptos por todos os cantos do mundo.
São três as iniciativas que as cinco empresas anunciaram. São elas: participar de corridas com combustíveis neutros em carbono; explorar o uso de motores a combustão alimentados com hidrogênio em motocicletas e outros veículos; e continuar a correr com motores a combustão a hidrogênio.
A primeira iniciativa foi colocada em prática no fim de semana de 13 e 14 de novembro, na prova da Super Taikyu Series, campeonato de provas de resistência do Japão, disputada em Okayama. A Mazda correu na classe ST-Q (classe para veículos de competição não homologados, ou seja, de caráter experimental) com um Mazda 2 equipado com uma versão do motor diesel de 1,5 litro Skyactiv-D, que funciona com diesel produzido a partir de biomassa, fornecido pela Euglena Co., Ltd.
É intenção da Mazda efetuar o maior número de testes de verificação possível, para aumentar a confiabilidade nas tecnologias utilizadas e contribuir para a expansão do uso da próxima geração de biodiesel.
Por outro lado, tanto a Toyota como a Subaru anunciaram a sua participação na temporada de 2022 da Super Taikyu Series, também na classe ST-Q. A primeira vai com um esportivo GR 86, enquanto a segunda levará um cupê BRZ, ambos alimentados por combustível sintético, também derivado de biomassa, para acelerar o desenvolvimento das tecnologias associadas.
Quanto à segunda iniciativa, a Yamaha e a Kawasaki começaram conversações para o desenvolvimento conjunto de um motor a hidrogênio para motocicletas. Brevemente deverão juntar-se a elas também a Honda e a Suzuki, que procurarão formas de atingir a ambicionada neutralidade carbônica pelo uso de motores a combustão a hidrogênio em veículos de duas rodas.
Na iniciativa de número três, o motor a hidrogênio da Toyota está em desenvolvimento desde 2016 em colaboração com a Yamaha e a Denso. O Toyota Corolla (foto de abertura), que corre com uma versão do motor do GR Yaris adaptado para usar hidrogênio como combustível, já participou de quatro provas, incluindo a de Okayama. Desde a primeira prova a evolução do motor tem sido constante e os resultados surpreendentes.
Após as duas primeiras provas, a Toyota declarou que o motor a hidrogênio do Corolla já produzia mais 20% de potência e 30% de torque. Após a terceira corrida, a mais recente evolução do motor apresentou valores de potência e torque maiores em 5% e 10%, respectivamente.
As empresas alertam que a produção e o transporte dos combustíveis ainda são enormes desafios. Mas imaginar empresas que são ferrenhas concorrentes se unindo e cooperando uma com as outras em prol de um objetivo único, chega a ser quase inimaginável.
AB