O 74º. Campeonato Mundial de Fórmula 1 prossegue domingo com a disputa do GP do Azerbaijão, em Baku (foto de abertura), e segue honrando centenárias leis da química. Entre elas estão as descobertas de André Lavoisier, químico que viveu entre 1743 e 1794 virou celebridade por motivos que vão além do conhecido “na natureza nada se cria, tudo se transforma”: foi ele quem descobriu que a água é composta por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Volta e meia, o francês nascido em Paris é lembrado pela Fórmula 1 e há dois exemplos disso envolvendo o engenheiro britânico James Allison e o tetracampeão mundial alemão Sebastian Vettel. O primeiro está de volta à linha de frente da equipe Mercedes e o segundo é apontado como mais um reforço na montagem da equipe Audi que vai estrear na categoria em 2026 ou até mesmo substituir Hemlut Marko na Red Bull.
Allison é considerado o gênio que ditou as diretrizes que levaram a Mercedes a vencer oito títulos de Construtores entre 2014 e 2021. Há cerca de dois anos ele optou por assumir uma posição que lhe permitisse mais tempo para se dedicar a projetos paralelos da marca, como projetar um barco para disputar a America’s Cup, demanda de um patrocinador e acionista do time de F-1, indústria química comandada por Sir Jim Ratcliffe, apontado por muitos como o homem mais rico do Reino Unido.
Dizer que a saída de Allison coincidiu com o declínio da Mercedes é apenas parte do cenário: em 2022 o projeto W13 deixou a desejar em termos de competitividade e venceu apenas uma prova, o GP do Brasil, com George Russell. Lewis Hamilton, que conquistou seis dos sete títulos pela casa alemã, declarou no início da temporada que a equipe não levou em consideração seu ponto de vista sobre os pontos a serem alterados quando da construção do W14, carro usado este ano.
A volta de Allison é a esperança de Toto Wolff, líder da Mercedes na F-1, recuperar o status de protagonista. Ele vai substituir por Mike Elliott, engenheiro de aerodinâmica que ocupou a vaga aberta pelo próprio Allison. Em outros tempos essa troca implicaria na construção imediata de um novo carro, mas com as limitações impostas pelo teto de gastos impostos pela Federação Internacional do Automóvel, atualmente US$ 145,6 milhões (cerca de R$ 730 milhões), tal opção é praticamente impossível. Em outras palavras, Allison tem à frente uma tarefa das mais difíceis: recuperar um projeto fracassado em uma equipe onde pouco se cria e tudo se transforma.
Há tempos que o nome de Sebastian Vettel é mencionado como possível integrante da equipe Audi, que tem estreia programada na F-1 para 2026. A casa de Ingolstadt já possui cerca de 50% das ações da equipe Sauber, atualmente patrocinada pela Alfa Romeo, marca que pertence ao grupo Stellantis. O engenheiro alemãoAndreas Seidl, que deixou a equipe McLaren em 2022, é o atual líder da operação oficialmente conhecida como Sauber Motorsport. Especulações na imprensa especializada europeia dão conta que Vettell poderia reforçar o time, que tem bases na Suíça e na Alemanha, onde a Audi desenvolve seus motores.
Outra possibilidade aventada para o retorno de Vettel à categoria substituindo o austríaco Helmut Marko. Considerado a eminência parda mais poderosa da F-1, Marko é o homem escolhido pela Red Bull para definir os pilotos da equipe na qual Vettel conquistou quatro títulos consecutivos (2010/11/12/13). Marko, ele próprio um ex-piloto, completa 80 anos na próxima quinta-feira, 27, e apesar de ser considerado um highlander ele já deixou perceber que a aposentadoria, ainda que parcial, é uma opção real.
WG
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