VOLVO C40 RECHARGE PLUS, NA ESTRADA

Depois de passar o final de 2023 e início de 2024 utilizando o Renault Megane E-Tech, período em que fiz várias viagens curtas sempre com distância suficiente para ir e voltar para casa, onde tenho carregador à minha disposição, resolvi fazer uma viagem mais longa. O destino escolhido foi o litoral paulista, na cidade de Bertioga onde a Volvo já colocou em operação dois dos mais de 100 pontos de carregamento rápido que planeja instalar até o final do ano.

Além do sistema Volvo de carregamento, a região ainda conta com outros pontos de carregamento rápido (DC), um no shopping da Riviera de São Lourenço e outro no posto Shell na mesma região, portanto não faltaria energia para recarregar o abateria do veículo.

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O carro escolhido foi o Volvo C40 Recharge Plus que é equipado com um motor elétrico de 238 cv e 33,7 m·kgf no eixo traseiro, proporcionando obviamente a tração apenas nesse eixo. E para aqueles que têm medo desse tipo de tração com alta potência, não há o que temer. A entrega de potência para as rodas é feita de forma precisa e se exagerar no acelerador em contorno ou saídas de curva o controle de estabilidade e tração está ali para ajudar.

A aceleração 0-100 km/h é feita em 7,4 segundos e a velocidade máxima limitada a 160 km/h, como todos os veículos da marca sueca, pertencente ao grupo chinês Geely Holding desde 2010.. É desempenho mais do que suficiente para levar 4 adultos + bagagem confortavelmente ao litoral.

O alcance com uma carga de bateria pelo ciclo do Inmetro é de 385 km, e como venho observando em outros elétricos já testados, o fator de redução de 30% utilizado pelo Inmetro sobre o resultado do ciclo WLTP mostra-se realista para o uso cidade-estrada nos padrões brasileiros. Se o uso for estritamente urbano é possível obter melhor alcance, e do mesmo modo que um carro com motor a combustão, se o uso for muito entusiasmante com acelerações fortes, esse alcance decresce.

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A bateria de 69 kW·h aceita carregamento de até 200 kW em corrente contínua (DC), mas os carregadores rápidos instalados pela Volvo variam de 50 a 150 kW devido a indisponibilidade de carga nas redes públicas. Em um futuro, quando as concessionárias de energia conseguirem melhorar as redes nos locais onde os carregadores estão sendo instalados, esse panorama deve ficar melhor.

A navegação foi feita pelo aplicativo Google Maps residente no sistema multimidia do veículo e a programação do percurso foi feita pelo comando de voz do Google Assistent, uma facilidade que o Volvo C40 oferece. Ao estabelecer o roteiro o sistema lê a carga da bateria do veículo e projeta a carga remanescente na chegada ao destino, ou indica postos de carregamento ao longo do percurso, o que não era o caso. O sistema identifica descida ou subida de serra, levando isso em consideração no cálculo estimado.

Ao longo da viagem, o sistema faz atualizações em tempo real, levando em consideração a carga que vem sendo consumida devido ao modo de condução e peso total do veículo. A projeção inicial era chegar no litoral com 43% de carga após percorrer os 221 km de porta a porta, mas ao longo do percurso, ao trafegar em velocidades mais baixas devido ao trânsito intenso, essa estimativa foi crescendo até chegarmos no destino com 47%. Bem diferente de um carro com motor a combustão, onde o anda e para do trânsito intenso aumenta muito o consumo de combustível.

Ao chegar no destino verifiquei se os pontos de recarga estavam em operação e deixei para fazê-la em um momento em que tivesse que ir ao supermercado ou restaurante, pois como iria passar alguns dias no local, não tinha a urgência de carregar a bateria a 100%. Se assim tivesse, havia 5 carregadores desocupados em 3 locais diferentes com distância entre eles de no máximo 5 km. Bastava acessar o aplicativo de cada operadora para identificar se o carregador estava desocupado e ir até lá.

O carregador Volvo permite pré-agendamento, com máximo de 20 minutos de antecedência, portanto ao verificar no aplicativo a disponibilidade, basta reservar e seguir até ele. Nesse carregador a carga não é cobrada para nenhum usuário/marca de veículo, necessitando apenas o cadastro no aplicativo para liberar e acompanhar a carga remotamente.

A carga foi feita em um momento oportuno quando precisei utilizar o estabelecimento comercial onde o carregador está instalado, assim não perdi nem um minuto esperando carregar. O tempo perdido foi aquele de conectar o cabo ao veículo e liberar a carga pelo aplicativo.

Utilizei o carregador DC da Volvo para elevar a carga da bateria até 90%, pois à medida que a carga da bateria vai subindo, a taxa de carregamento vai declinando, tendo uma queda significativa aos 80% e outra a 92%. Portanto ficar mais tempo ali seria perder tempo, além de impedir que outros pudessem utilizar o equipamento.

Em outro dia, visitando o shopping da cidade, onde há um carregador lento de 7 kW em corrente alternada (AC) da Porsche, sem taxa de carga, utilizei-o para chegar a 100% da carga, isso já na véspera da viagem de retorno, e durante o tempo de uma refeição no local.

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Retorno

O destino casa foi adicionado ao sistema de navegação, mas desta vez a previsão de era de 30% de carga na chegada, pois havia a subida de serra no trajeto. Ainda assim, fiz a pesquisa de como ficaria a carga caso esticasse a volta passando pela cidade de Bragança Paulista. O sistema informou que chegaria ao destino final (casa) com 15% de carga na bateria, que foi confirmado na chegada após 270 km.

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A viagem não teve intercorrências e o conforto interno do veículo foi admirado por todos. A ausência de ruídos e/ou vibrações deixa a viagem mais tranquila e menos cansativa. O bom sistema de som premium foi utilizado em boa parte do percurso e a interlocução entre todos era perfeita. O conforto da suspensão foi outro item elogiado.

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O teto solar panorâmico tem bom filtro UV e não passa calor para o interior da cabine, e o sistema de ar-condicionado automático de duas zonas dá o conforto necessário devido a saída de ar-climatizado para o banco traseiro. Nos trechos onde a estrada permite velocidades de 120 km/h, assim foi conduzido, e na subida da serra, nos locais que permitem ultrapassagem devido a 3ª faixa, a retomada de velocidade é estimulante e facilita sobrepor os caminhões e carros mais lentos.

Conclusão

Sim, é possível fazer viagens mais longas com carro elétrico, mas como diz Bob Sharp: é necessário um bom plano de viagem. Os carregadores estão distribuídos em locais aleatórios pelos diversos operadores, e cada um tem seu aplicativo específico, o que dificulta um pouco o planejamento. O aplicativo PlugShare consegue congregar a maior parte dos carregadores, mas para saber se o sistema está livre/ocupado ou até mesmo operante é necessário recorrer ao aplicativo de cada concessionária de energia.

Ainda há vantagens econômicas em uma viagem desse tipo pois há cargas gratuitas em vários eletropostos. Nesta viagem as despesas foram apenas pedágio. Mas a cobrança já chegou a algumas praças e a ganância, aliada ao elevado custo de um ponto de recarga DC, tem sido a justificativa para cobrarem valores exorbitantes por kW·h. Enquanto em nossas residências o custo, já com impostos, é de R$ 0,80 a 1,00 por kW·h, há eletropostos cobrando até R$ 2,50 por kW·h. Ou seja, até 3 vezes, (200%) a mais, aproximando-se do custo do km rodado com um carro a combustão de mesma categoria.

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O Volvo C40 Recharge Plus mostrou ser um elétrico adequado para esse tipo de viagem, pois além do bom alcance com uma carga de bateria (385 km), permite cargas de elevada potência, o que reduz bastante o tempo de carregamento. Na conta de padeiro, a bateria de 69 kW·h sendo carregada a 150 kW levaria menos de 30 minutos, tempo de tomar um café e usar o banheiro em uma parada rodoviária com a família.

GB