O quarto episódio do Podcast AUTOentusiastas trouxe uma presença especial: Gabriel Marazzi, figura incontornável para quem acompanha a história da cultura automobilística e motociclística no Brasil. O encontro, conduzido por Paulo Manzano e Gerson Borini, mais do que uma entrevista, foi uma viagem no tempo, costurando memórias de Interlagos, revistas especializadas, escolas de pilotagem e uma paixão genuína por tudo que envolve rodas e motores.
Amizade antiga e legado familiar
A conversa começou com uma lembrança pessoal: Gerson Borini revelou ter sido aluno da última turma da escola de pilotagem dirigida por Expedito Marazzi, pai de Gabriel. O curso, interrompido tragicamente pelo falecimento de Expedito em 1988, foi finalizado sob a responsabilidade de Gabriel, que, ainda muito jovem, assumiu o desafio de manter vivo o legado familiar. A escola, que formava pilotos para a tradicional 1000 Milhas Brasileiras, era um verdadeiro templo da pilotagem e marcou gerações.
Gabriel Marazzi: de aluno a mestre
Assumir a escola foi só o começo. Gabriel, também engenheiro formado pela Escola Politécnica da USP, cresceu rodeado de automóveis, frequentando o autódromo de Interlagos desde a infância. Aos 10 anos, já pilotava em Interlagos, fechado para o público. Seu envolvimento precoce com o mundo automobilístico o o levou naturalmente à imprensa especializada.
O pontapé inicial veio em 1976, quando, aos 16 anos, participou da produção de uma capa emblemática da revista Autoesporte, retratando o fim das corridas no Brasil — um ensaio em que, ironicamente, posou como um piloto desolado, usando um dos primeiros macacões Nomex disponíveis no país.
Do jornalismo à paixão pelas revistas
Dali, Gabriel seguiu um caminho de profunda identificação com o meio editorial. Trabalhou para revistas como Duas Rodas, Oficina Mecânica, Carro e foi o responsável pela criação da revista Motociclismo no Brasil em 1997. Seu espírito inquieto o levou também a editar a Cultura do Automóvel, projeto pessoal onde reúne histórias, ensaios e memórias do universo automobilístico, hoje prestes a se integrar ao portal AUTOentusiastas.
Motos, carros e o farol circular
Embora sua trajetória seja dividida entre carros e motos, Gabriel confessou no podcast um carinho especial pelas motocicletas — especialmente as clássicas japonesas dos anos 70, com faróis circulares, estética limpa e mecânica sincera. Uma época em que andar de moto era movido mais pela paixão do que pela necessidade.
Entre seus modelos favoritos estão a lendária Honda CB 750 Four — a icônica “Sete Galo” — e a rival Kawasaki Z900, duas máquinas que moldaram o mercado mundial. Gabriel também relembrou suas andanças por eventos como o Woodward Dream Cruise em Detroit, um desfile automobilístico impressionante que ele descreve como “um mergulho na alma do carro americano”.
Histórias que continuam vivas
No bate-papo, surgiram ainda outros projetos futuros, como um podcast especial sobre a antiga configuração de Interlagos e suas memórias afetivas ligadas ao autódromo, além da ideia de organizar viagens para eventos internacionais voltados a entusiastas, como os encontros em Hershey e Carlisle, na Pensilvânia.
No AUTOentusiastas: um editor que respira história
Atualmente, Gabriel Marazzi integra o time de editores do AUTOentusiastas, contribuindo com matérias sobre automóveis e motocicletas clássicas, resgatando histórias esquecidas e preservando a memória da cultura automobilística. Sua abordagem combina rigor técnico, paixão genuína e uma rara sensibilidade para os detalhes que formam a verdadeira alma das máquinas.
Para quem quiser conhecer mais o trabalho de Gabriel, basta acessar a seção “Editores” no portal AUTOentusiastas e conferir a coleção de artigos assinados por ele — uma verdadeira aula para quem aprecia o automóvel e a motocicleta não apenas como objetos de transporte, mas como extensões da história e da emoção humanas.
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AE