As consequências da COVID-19 seguem em ascensão no que diz respeito às atividades do automobilismo: até a manhã de hoje o Campeonato Mundial de F-1 corre o risco de começar com o GP do Canadá se as autoridades desse país permitirem que o evento seja realizado no dia 14 de junho. Após o cancelamento do GP de Mônaco, divulgado na última sexta-feira, dias após ter sido anunciado como adiado, a etapa seguinte do calendário, o GP do Azerbaijão (foto de abertura), segue pelo mesmo caminho: prevista para o dia 7 de junho, a corrida também foi adiada e não tem data para se realizar. Ontem o prefeito de Toronto declarou estado de emergência na cidade e não será surpresa a medida se estender a Montreal, onde está localizado o circuito Gilles Villeneuve, local do GP canadense, originalmente a etapa seguinte à de Baku.
Data do GP do Brasil segue firme
No fim de semana surgiram nas mídias sociais propostas de calendário onde o GP do Brasil aparece adiado em uma ou duas semanas, com os GPs do Vietnã e de Abu Dhabi ocorrendo duas e três semanas após a prova de Interlagos, respectivamente. A assessoria de imprensa da corrida brasileira, porém, confirma que por enquanto a data de 15 de novembro continua valendo. Já o GP do Bahrein, que deveria ter-se realizado no último fim de semana e oficialmente foi adiado, não aparece na relação. No lugar dessa prova a Liberty Media, empresa que detém os direitos comerciais, anunciou a disputa de um GP virtual usando o game F1 2019 PC video game, desenvolvido pela Codemaster. Ironicamente, o vencedor foi um piloto…chinês, Guanyu Zhou, que pertence à academia de pilotos da Renault e que este ano deverá disputar a temporada de F-2. Veja aqui um resumo de como foi essa corrida virtual que teve metade da distância do GP real.
As consequências econômicas do atraso provocado pelo CoronaVírus já provocaram atitudes compensatórias para as equipes de F-1: a Federação Internacional do Automóvel (FIA) anunciou que a mudança de regulamento que estava prevista para o ano que vem foi postergada para 2022. A medida permite adequar o fluxo de caixa das equipes ao permitir que, muito provavelmente nas equipes menores, os carros atuais sejam usados por dois anos com modificações pontuais.
Em projetos cujos custos são normalmente amortizados durante uma temporada de 22/23 etapas, faz muito sentido que sejam utilizados pelo equivalente a uma temporada e meia. Isso deve postergar a construção de novos carros, projetos que poderão ser desenvolvidos com mais tempo e usando menos recursos, algo ideal para a remodelação financeira que o mundo vai viver após a pandemia da CODIV-19. A clássica exceção à regra fica por conta da McLaren, que anunciou que substituirá a Renault pela Mercedes a partir do ano que vem, o que deve provocar grandes mudanças no carro atual, ainda inédito em competições.
Segundo Chase Carey, presidente da empresa Formula 1 (subsidiária da Liberty Media), o campeonato ainda não tem data para começar, “mas antecipamos que terminará depois da data inicialmente prevista, 29 de novembro, sendo que a sequência e datas originais para as provas serão revistas. Reconhecemos que há potencial significativo para novos adiamentos, mas nós e nossos parceiros esperamos que a temporada comece durante o verão europeu (equivalente ao período de inverno brasileiro e tenha um calendário revisado entre 15 e 18 provas.” Declarações sensatas, porém com um calendário otimista.
WG