De repente somos surpreendidos com uma situação de alto risco por um vírus que circula pelo mundo espalhando o terror e incerteza. Pior, segundo dizem os registros, do que a gripe espanhola, logo após o término da Primeira Guerra Mundial.
Na impossibilidade de um antídoto capaz de combater esta doença pandêmica, as autoridades sanitárias do mundo inteiro determinaram o isolamento das pessoas, principalmente nas grandes cidades, tecnicamente chamadas de megalópoles.
Remédio duro e desesperado para tentar salvar vidas, principalmente as de alto risco, idosos como eu.
Trata-se de uma “prisão domiciliar”, tendo como menagem a nossa casa.
Por tudo isso que acabei de citar, passou a ser prioridade total do noticiário a pandemia e, infelizmente, a sempre presente, politicagem.
Dentro da “redoma” onde me escondo do “mundo cão” em que vivemos, serve-me como essencial respiradouro o que posso escrever, o que felizmente faço aqui no nosso AUTOentusiastas quinzenalmente, sempre procurando comentar alguma ocorrência de trânsito grave que tenha havido. Infelizmente o ocorrido é sempre mais um motivo de desilusão ver que o trânsito no Brasil é uma “epidemia” cheia de “remédios” e “vacinas” para enfrentá-la mas que continua existindo tímida e bisonhamente combatida.
No Rio, onde vivo, um ônibus, garantido pela impunidade reinante sobre este importante “transporte de massa”, tombou numa alça de acesso à Linha Amarela, via express na Zona Oeste da cidade. Causa apurada: excesso de velocidade para efetuar a manobra usual que realizava.
Existisse ainda, ou se embora mal fiscalizada a obrigatoriedade de limitar a velocidade pelo selo da bomba injetora Bosch, em 60 km/h como velocidade máxima, tal acidente não muito provavelmente haveria acontecido. Deixou muitos feridos, embora, felizmente, sem nenhum óbito. Veja o vídeo:
Fico triste, ou melhor, continuo triste, em ver acontecerem acidentes, conforme uma série de cinco artigos que escrevi nos anos 1970 no Jornal do Brasil, com o título: “Acidentes raramente acidentais”. De lá até hoje, nada mudou.
Também li que a cidade de São Paulo, com o propósito de aumentar o número de pessoas, isoladas em casa, pretende dificultar a circulação de carros em 50%, com o fracassado rodízio condenado no Primeiro Mundo. Duvido que o controle seja informatizado, recolhendo dados das leituras feitas por câmeras, estrategicamente colocadas. Se já tivessem adotado o meu Sistema URV, que defendo há mais de uma década, seria facílimo reduzir o número de veículos inclusive a níveis bem maiores do que o pretendido.
Pelo que lemos ou ouvimos sobre o que ocorre no mundo, principalmente na nossa Pátria, fica, para nós idosos, cada vez mais difícil, cumprir o nosso destino, tão bem definido pelo saudoso cronista Antônio Maria: “brasileiro, profissão esperança.”
CF
Celso Franco escreve quinzenalmente aos sábados sobre trânsito.