Já são três vitórias em quatro corridas, e se a equipe Red Bull não melhorar sua estratégia de corrida não demora muito e a temporada de F1 terá mais do mesmo: Lewis Hamilton (foto de abertura) num patamar acima de todos os demais 19 pilotos do grid. Quem mais perde com isso, depois do público entusiasta da modalidade, é Max Verstappen, holandês que segue vice-líder do Campeonato Mundial de Pilotos e maior aposta para evitar que o inglês conquiste seu oitavo título consecutivo. Na esteira dessa briga pelos holofotes, Ferrari e McLaren intensificam a briga como melhor coadjuvante e a Alpine segue melhorando. Indiferente a tudo isso, Lewis Hamilton já fala em renovação de contrato por dois anos. A temporada promete.
Após um início de temporada mais equilibrado, quando dividiram vitórias nas duas primeiras etapas, as diferenças entre Lewis Hamilton e Max Verstappen tornam-se mais nítidas. O inglês se mostra reanimado e vive uma de suas melhores, se não a melhor, fases de sua carreira; o holandês parece ter trocado duas pitadas do arrojo que o tornou famoso por uma um punhado de prudência ao sentir as limitações do seu equipamento em relação ao do seu rival.
Mesmo em segundo plano, a Mercedes leva a melhor sobre a Red Bull: Valtteri Bottas, autor de duas das quatro melhores voltas desta temporada, se mostra bem superior a Sérgio Pérez. Se o finlandês se mantém como figura corriqueira no pódio, o mexicano enfrenta dificuldades para obter rendimento semelhante ao de seu companheiro de equipe. Essa realidade demonstra que o conjunto da obra da equipe Mercedes segue superior ao da Red Bull, que não consegue evitar a pecha de que seus carros são construídos em função do estilo de pilotagem de Max Verstappen. O fato de que Pérez só foi confirmado para esta temporada aos 48’ do segundo tempo atenua tal situação e serve como analgésico para o quadro.
Outro ponto a destacar após as quatro primeiras provas da temporada (Bahrein, Imola, Portimão e Barcelona), é a capacidade da equipe alemã em explorar melhor a durabilidade dos pneus. O que se viu até agora é que a Red Bull falhando ao dimensionar a janela de uso de cada jogo de pneus, o que indica que o desgaste desse equipamento ainda é um problema ainda não resolvido. Historicamente, os carros de Adrian Newey, diretor técnico desse time, são altamente eficientes, mas também têm comportamento extremamente sensível a pequenas variações. Na Espanha, Verstappen se queixou da mudança de direção dos ventos e da temperatura do asfalto.
Ainda à margem dessa briga direta, a McLaren segue sua toada de liderar o segundo pelotão do grid, condição que deve melhorar após o australiano Daniel Ricciardo mostrar que finalmente está se encontrando o acerto ideal do chassi MCL35M para seu estilo de pilotagem. Com isso se aproximou mais do inglês Lando Norris, que ocupa a quarta posição no campeonato, um ponto atrás de Bottas, que acumula três segundos lugares e duas voltas mais rápidas. Na Ferrari, Charles Leclerc já soma 40 pontos, o dobro do seu companheiro de equipe Carlos Sainz Jr e leva nas costas o peso de manter em alta o moral da Scuderia. Em duas semanas a F-1 se apresenta em Mônaco e uma vitória ou pódio em casa pode dar impulso extra ao jovem monegasco e expoente da nova geração de pilotos da categoria.
Mais experiente que Leclerc, o franco-catalão Estebán Ocón marcou pontos pela terceira corrida consecutiva e replica na Alpine o que se viu na Ferrari: ele já coma 10 pontos no campeonato, contra apenas cinco do bicampeão mundial Fernando Alonso. O espanhol ainda aparece atrás do companheiro de equipe na maioria das provas de classificação. Talvez por enfrentar seu inferno astral (nesta terça-feira ele completa 21 anos), o japonês Yuki Tsunoda ainda não conseguiu repetir o excelente resultado que obteve em sua estreia na categoria, o oitavo lugar no Bahrein. Pierre Gasly, por seu lado, pontuou nas demais três provas.
Situação mais dramática e real vive a Aston Martin: o enorme investimento feito na equipe pelo canadense Lawrence Stroll ainda vai demorar algum tempo para mostrar resultados práticos. Da mesma forma, após a vitória na penúltima prova de 2020, com Sérgio Pérez, esperava-se mais da equipe e, particularmente, de Sebastian Vettel, que ainda não se adaptou ao seu novo equipamento.
Como se tudo isso fosse apenas complemento, Lewis Hamilton celebrou a 100ª pole position e 98ª vitória de sua carreira abrindo as negociações para renovar seu atual contrato com a equipe Mercedes. O inglês declarou que espera resolver o assunto nos próximos três meses.
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Paulista começou com grids cheios
Após sucessivos adiamentos por causa de restrições de controle sanitário, o Campeonato Paulista de Automobilismo começou no último fim de semana e mostrou grids mais cheios e provas mais disputadas. A categoria Gold Classic, reuniu 46 automóveis fabricados no Mercosul com mais de mais de 25 anos e alto nível de preparação. O paulista Caio Lacerda (Aldee AP 2,0) foi o grande vencedor ao terminar a primeira bateria em segundo lugar, atrás de Deninho Casarini em carro similar, e vencer a segunda. Os grids dos Fórmulas Vee (destaque para o paraense Augusto Santin), Delta (duas vitórias de Alex Seid) tiveram recordes de inscritos e na Open Paulista, que remete às famosas provas de Força Livre típicas do automobilismo raiz, a dupla Carlos e Yuri Antunes levou a melhor. Ricardo Álvares e e Rodrigo Helal foram os grandes nomes nas provas de Old Stock Race, enquanto Carlos Freire brilhou na Opala 250. Bruno Leme venceu as duas baterias da F-1600.
WG