Bem, lá vou eu mais uma vez dizer que espero que isto um dia não seja mais notícia, mas, mais uma vez, é notícia. A Oracle Red Bull Racing contratou a primeira mulher para trabalhar como mecânico de pista já para a temporada 2024. Esta é a primeira vez que a Red Bull contrata uma mulher para essa função e o nome dela é Emmie Jones. Atualmente, mais de 30% da força de trabalho na F-1 é constituída por mulheres então é provável que no médio prazo colunas como esta de hoje virem uma curta notinha. Mas ainda não será desta vez.
Emmie não foi contratada por ser mulher, obviamente, mas pelas qualificações. Emmie é britânica e teve de se submeter aos mesmos testes que os outros candidatos homens, incluindo testes físicos e de força. “São necessárias quantidades explosivas de força quando se trata de trocar os pneus de um carro ou de manipular o macaco hidráulico”, disse ela à Red Bull, que publicou a informação em sua página oficial. “Por isso, as academias dos hotéis e dos locais de trabalho quando a equipe viaja são fundamentais para todos os membros da equipe, pois deve-se garantir a preparação física e mental antes de qualquer corrida” (foto de abertura).
Emmie não é novata na F-1 e é apaixonada por mecânica em geral. Começou trabalhando na oficina da família junto com o pai e os irmãos até que em 2018 foi para a Mercedes como estagiária. Em pouco tempo foi efetivada como técnica na equipe de Toto Wolff, depois de uma passagem pela W Series, onde trabalhou como mecânica. Em março de 2022 foi para a Red Bull para ser técnica de motores da Red Bull Powertrains e depois passou a cuidar dos carros de coleção da equipe, o “heritage team”. Agora exercerá o cargo de mecânica na equipe austríaca. “Eu sempre quis ser mecânica. Estive cercada de motores durante toda a minha vida, com meu irmão e meu pai, então, sim, estar em uma equipe de F-1 foi uma espécie de auge. É onde você quer que todos queiram ser os melhores em tudo o que fazem, então esse era definitivamente o meu principal objetivo”.
Emmie conta que o ambiente de oficinas e carros é bastante machista. Aos 16 anos foi levar um curriculum vitae a uma pequena garagem da cidade de Wigan, onde morava, e ouviu que seu lugar era “do outro lado da estrada, nos escritórios” e não na oficina. “Mas tenho uma mãe bastante persistente que disse que se eu fosse fazer isso, deveria fazê-lo no mais alto nível.” Por isso, se esforçou muito para chegar à Fórmula 1. E diz que foi a melhor decisão que já tomou. “Se você ama a Fórmula 1 como eu, então o trabalho é fácil, embora você tenha uma vida ou tenha a Fórmula 1 – você não tem os dois”, diz ela.
Mudando de assunto: Li sobre um jornalista mexicano que lança as teorias mais estapafúrdias para explicar os resultados de Sergio Pérez ao mesmo tempo em que faz um lobby com o público para tentar conseguir uma vaga de assessor do piloto. Pois bem, ele se supera a cada postagem. Ele juntou o anúncio da ida de Hamilton para a Ferrari em 2025 com o resultado da empresa na Bolsa de Valores e concluiu que o bom gerenciamento midiático (sic) que Hamilton tem de sua imagem fez com que a Ferrari ganhasse quase US$ 7 bilhões em apenas um dia — algo que Checo poderia fazer se, claro, tivesse alguém que tratasse da imagem dele. O sujeito apenas esqueceu (?) de mencionar que no mesmo dia foram divulgados os resultados trimestrais da Ferrari e que eles foram muitíssimo melhores do que o mercado previa e por isso as ações deram um salto naquele dia e que, como sempre acontece, os valores se acomodaram nos dias seguintes. É cada uma…
Nota: Aproveito para informar aos meus leitores que minha coluna voltou a ser semanal, sempre às quartas-feiras.
NG
A coluna “Visão feminina” é de exclusiva responsabilidade de sua autora.