E fez-se a loucura. O prefeito Fernando Haddad e seu cupincha, o secretário municipal de Transportes Jilmar Tatto, ambos pertencentes a uma estranha “raça” chamada petista, desta vez deram um passo gigantesco rumo ao que às escâncaras planejam, tornar a vida de quem vive ou vem a São Paulo o pior dos infernos. Fizeram-no por meio da redução desmedida da velocidade máxima nas duas marginais da cidade, como mostra a foto acima, de Werther Santana, do Estadão Conteúdo: 70 km/h na pista central, 60 km/h na intermediária e, não mostrado, 50 km/h na interna, desde ontem (20/7).
Tudo feito sem o menor embasamento técnico o que, de cara, configura-se como abuso de poder incontestável. Além do Ae estar estudando com um advogado (leitor) medidas legais cabíveis neste caso, a imprensa já noticiou que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) irá acionar a Prefeitura e, também, o Ministério Público Estadual (MPE) o fará.
Como se vê, a grita não é só de “autoentusiastas que querem fazer das ruas pistas de corrida”, como alguns leitores acham e comentaram, a maioria barrada de publicar tais idiotices, mas de quem tem noção de direito, como os dois órgãos citados.
E que com isso vêm-se disseminando pelo país essa “caça à velocidade”, tratando os cidadãos como marginais ao volante, desrespeitando-os sobretudo.
Pense o leitor comigo: se não se pode circular com um automóvel 24 horas por sete dias devido ao ilegal rodízio — ouviu, MPE? —, se o pouco estacionamento que havia foi estuprado por faixas (vermelhas…) para bicicletas, se ruas importantes de duas faixas tiveram uma delas seqüestrada para servir a ônibus, se as velocidades-limite baixam em proporção inversa à colocação de medidores de velocidade, se vias expressas perdem o direito de ter esse nome, se um prefeito diz que “as pessoas vão pensar duas vezes antes de tirar o carro da garagem”, se o prefeito, com a cumplicidade dos vereadores, vislumbra um plano diretor que limite o número de vagas para automóveis a uma por apartamento, para que comprar um carro?
Coincidência as vendas de automóveis terem despencado 20% no primeiro semestre? Seria ingenuidade achar que é. Isso tudo chega mesmo a parecer um movimento orquestrado para derrubar a economia do país.
Mas, surpresa: Fernando Haddad declarou hoje em entrevista à Rádio Estadão que a redução de velocidade nas vias é experimental (?) e que eventualmente irá revê-las, o que prova que tudo foi feito nas coxas, como se diz. Dá para ter idéia do que foi gasto com novas placas de limite de velocidade, enquanto hospitais municipais como o São Paulo, na Vila Clementino, está à míngua por falta de tudo que precisa para funcionar e só está atendendo emergências. A população que precisa desse hospital? Ora, a população…
O Ae desafia a CET a provar que os acidentes graves nas marginais ocorreram em velocidade dentro das permitidas até então. Repete o desafio feito pelo editor-chefe Bob Sharp em duas rodadas de discussão pela Rádio Jovem Pan dentro do programa “Radioatividade” na semana passada, entre 16h30 e 16h45.
Como é, dona CET, vai responder ao desafio ou não?
Ou seja, a justificativa de “salvar vidas” é mais falsa que uma nota de 30 reais.
Mais idiotice ainda foi o secretário Jilmar Tatto ter justificado a redução de velocidade para reduzir os atropelamentos de vendedores ambulantes e moradores de rua…nas marginais! Vias expressas! Só mesmo sendo muito incompetente — ou gozador — para dizer uma asneira dessas.
Temos feito críticas constantes à CET pelos mais diversos motivos, mas uma coisa é certa e o Ae aposta nela: seus engenheiros e técnicos têm boa noção do que é dirigir e sabem que estas reduções de velocidade são impraticáveis. Não se pode, não se consegue trafegar abaixo da velocidade natural da via. Não se pode trafegar numa marginal a 70 km/h ou a 50 km/h em inúmeras avenidas como a Ibirapuera ou a radial leste. É irreal. Mas, coitados, são funcionários, recebem ordens do petista Tatto.
Ontem foi noticiado que outra “vítima” será o eixo norte-sul, compreendido pelas avenidas 23 de Maio, Rubem Berta e Moreira Guimarães, que de 70 km/h (impostos pelo prefeito Gilberto Kassab, era 80 km/h) baixará para 60 km/h.
Se ainda havia pessoas que não sabiam como seria ou onde é o Inferno, agora sabem: chama-se cidade de São Paulo.
Bob Sharp
Editor-chefe