Coluna 0115 2.jan.2015 [email protected]
De: Coluna
Para: Leitor
Assunto: Desejos para o seu 2015
Em desejos para o próximo ano, melhor começar entendendo-o como um desafio, com a economia em dúvida entre ser corrigida pelo trio nomeado pela Presidente, e se esta permitirá a aplicação corretiva ao descontrole do primeiro governo Dilma. Se as previsões são de contração e aumento de custos e impostos, cuide-se com suas despesas. Boa hora para investir por quem está entesourado. Caso contrário, segure-se com os financiamentos.
Dois mil e quatorze foi excelente para a coluna De Carro por Aí: praticamente dobrou o número de leitores: arranhamos os 10 milhões de acessos, pelos seis jornais e os 22 veículos de mídia eletrônica que a veiculam.
A eles a Coluna agradece o interesse e, no melhor estilo de princípio de ano, deseja:
— Que você tenha a competência de observar os sinais à sua volta para perceber mudanças, como no caso dos Peugeot, comprados mandatoriamente nas versões mais caras;
— Que você adote, em caso de necessidade, a coragem desta marca, em mudar de foco: privilegiar as versões mais caras, cortar a produção, optar por vender menos, com mais lucros;
— Que você aja como a PSA, holding da marca, antecipando-se aos problemas, favorecendo a união de suas marcas Peugeot, Citroën e DS num mesmo negócio. Resumir vendas significa risco à rede e, para preservá-la, a concentração dos negócios;
— Que você veja solução nos problemas. Com a projeção de falta de energia, a Honda implantou parque de geração eólica para evitar reduzir produção;
— Que você troque de automóvel. Em 2015, novidades nacionais atraentes: Audi A3 sedã; VW Jetta 1,4 TSI; Golf 1,4 TSI; SAV Honda HR-V; BMWs;
— Que você possa fazê-lo sem recorrer a financiamentos, atualmente com juros altos, conseqüência da inconseqüência da gestão econômica do país;
— Que você defenda seus conceitos econômicos, comprando apenas o que pode, sem financiar ou considerar o cheque especial como renda;
— Que você deixe a prática da criatividade contábil restrita ao governo federal e sua maioria no Congresso — a eventualmente remanescente, pós-denúncias no Petroescândalo. Não faça isto, pois o próprio governo, através da Receita Federal, irá pegá-lo;
— Que você poupe para conquistas e bons negócios. O encontro de Economia em baixa com Inflação em alta trarão negócios oferecidos pelos que não planejaram;
— Que você não tenha entrado na roubada — seria trocadilho, mas é verdade — da Petrobrás, incentivada pelo Governo Federal em aplicar sua poupança em ações da petroleira. Com valor da ação caindo 4/5 do pico de valorização, vender não é solução. Melhor aguardar;
— Que você dê parâmetro contábil aos seus problemas. Perdas e danos em 2014 devem ter sido escriturados como prejuízo no 31.dezembro.2014. Dia seguinte é outro exercício, e não devem pesar em sua disposição de Ano Novo. Tem a receber ou discutir? Passe o problema ao seu advogado e fique frio;
— Que você se inspire no Eduardo Souza Ramos e seu toque de Midas. Apaixonado por corridas de automóveis não se resumiu fazendo pista particular. Comprou uma fazenda e construiu circuito e infraestrutura, o Velo Città. Homologou-o na FIA como autódromo internacional. E o aluga para lançamentos, testes, cursos, exposições. Diversão com lucro.
— Que você tenha a objetividade do Philipp Schiemer, presidente da Mercedes no Brasil. Nomeado para fazer a companhia crescer, mudou produtos, ampliou a gama, e reassumiu a liderança na venda de caminhões e manteve a de ônibus. No segmento foi a marca com menor perda em vendas;
— Que você ouça o mercado, como o fez Joachim Meier, ex-vice-presidente da Mercedes no Brasil, enviado para dirigir a filial argentina. Em dois meses de gestão depurou e aplicou as sugestões dos concessionários. Terminou o ano liderando em todos os segmentos onde participa, fato novo naquele mercado. A soma dos dois resultados significa liderar num continente no segmento comercial;
— Que você cole no planejamento de Sergio Marchionne, o grande chefe da Fiat em seu negócio de assumir a Chrysler. Mudou a sede legal da Fiat para a Holanda, removeu Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, para cortar laços de italianidade e lançou ações da Ferrari para fazer caixa aos planos de expansão;
— Que você se surpreenda como o Thomas Schmall, presidente da VW do Brasil, promovido à diretoria da matriz na Alemanha, ao enfrentar sem-número de recepções de despedida;
— Que para você o caminho do sonho não tenha retorno, como o faz o designer João Paulo Melo, autor de um recreation do Willys Interlagos berlineta. Tem olhar de simpatia da Renault para a base mecânica, mas bate de porta em porta de investidores para produzir pequena série para uma categoria de competição. Nada fático, mas não desiste. Uma empresa de Milão utilizou o mesmo conceito, e materializou-o cometendo coisa sem atrativo.
— Que, se der oportunidade, pratique ou reverencie os que mantêm palavra ou compromisso institucional, como o fizeram a Mercedes-Benz, a empresa alemã de investimentos Deutsche Vermögensberatung, a fábrica de capacetes Schuberth e a de relógios Audemars Piguet. Mantiveram o patrocínio ao heptacampeão de Fórmula 1 Michael Schumacher, há um ano enfrentando a morte após um besta acidente ao esquiar;
— Que, como a Audi, você não se acomode com superar resultados e projeções. A marca alemã ultrapassou suas previsões de vendas, e incrementou em quase 10% seu investimento: aplicará 24 bilhões de euros em tecnologia, eletricidade, conectividade e redução de peso. Na prática a meta é outra: superar a BMW. A concorrente vendeu uns 45 mil veículos a mais —uns 2,5% do total.
— Que você tenha foco e determinação como a Volkswagen AG, aplicando-se para superar a Toyota na liderança mundial. A alemã aplicará 85,6 bilhões de euros num projeto quinqüenal em produtos e instalações.
— Que se você tiver que montar uma equipe para vencer, reúna os melhores e com foco no seu objetivo. Fuja do exemplo da presidente Dilma e seu novo ministério, de nomes pífios, questionáveis, em grande maioria sem a experiência necessária à função.
— Que você insista e apóie as punições aos indiciados, presentes e futuros, no caso dos desvios de caixa da Petrobrás, tanto pelos refinados bandidos, pelas importâncias surrupiadas e pela necessidade de sua devolução. Os Petropilantras envergonharam o Brasil mundialmente;
— Que o seu Deus lhe seja generoso dando-lhe paciência para conviver com o período duro, sentido no bolso, e as explicações governamentais, que parecem dirigir outro país. E lhe insufle indignação para reagir.
RN
A coluna “De carro por aí” é de total responsabilidade do seu autor e não reflete necessariamente a opinião do AUTOentusiastas.