Foi em março de 1974 que o primeiro VW Golf produzido no mundo, nasceu na Alemanha. Veiculo altamente carismático, foi definido como a segunda lenda da Volkswagen, considerado como sucessor do Fusca, na época.
![golf 1974](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/09/golf-1974-500x317.jpg)
No Brasil, a linha Golf foi importada até o ano de 1999, quando em 8 de janeiro o Golf brasileiro em sua geração IV, saiu das linhas de montagem da recém-construída fabrica da VW em São José dos Pinhais, área metropolitana de Curitiba.
Com suas linhas caracterizadas por superfícies lisas sem vincos marcantes, tinha a coluna “C” (traseira) bem larga que acabou se tornando sua marca registrada.
O Golf em sua geração IV foi lançado na Europa dois anos antes, em 1997, sendo considerado o melhor carro do mundo pela revista alemã Auto Motor und Sport.
![golf geração 4](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/09/golf-geração-4-391x500.jpg)
A Volkswagen se orgulhava da aparência de seu novo filho, com suas linhas aerodinâmicas e coeficiente de arrasto igual a 0,31.
Outro orgulho da VW é que mais de 90% dos componentes do Golf brasileiro poderia ser reciclado ao fim de sua vida útil, conservando assim valiosos recursos para o benefício de gerações vindouras.
![golf reciclagem](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/09/golf-reciclagem1-500x386.jpg)
A carroceria era protegida com processo de galvanização a quente e eletrolítica, contando com 12 anos de garantia contra corrosão perfurante das chapas e junções, inédita no Brasil.
![golf carroceria](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/09/golf-carroceria-500x307.jpg)
A pintura também especialmente processada para aumentar ainda mais a resistência á corrosão da carroceria, tinha acabamento impecável.
![golf carroceria pintura](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/09/golf-carroceria-pintura-500x436.jpg)
A carroceria era construída com adoção de chapas diferenciadas de alta resistência. A ideia foi adotar chapas mais finas onde cabível, deixando o veículo mais leve.
![golf chapas resistentes](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/09/golf-chapas-resistentes-500x270.jpg)
Em termos de conforto, além dos lindíssimos bancos Recaro, tinha um mostrador de instrumentos que eu considero um dos mais bonitos já idealizados, com iluminação nas cores azul e vermelha. Simples, bonito e funcional, conta-giros do lado esquerdo e velocímetro do lado direito, apresentava fácil leitura dos instrumentos e também das luzes indicativas. “Wolfsburg”, como o Bob dia. Mais bonito que este, somente o do Ford Del Rey.
![painel 1](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/09/painel-1-500x323.jpg)
Outros detalhes do Golf chamavam a atenção, como, por exemplo, o seu moderno e elegante conjunto ótico, era assim que a VW chamava os faróis dianteiros, com todas as luzes em uma mesma unidade.
![golf farois](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/09/golf-farois-500x487.jpg)
Tinha como acessório de serie o sensor de chuva, localizado na base do espelho retrovisor interno, detectando a presença de chuva e automaticamente entrando em funcionamento.
O sensor de chuva emite um raio de luz através de LEDs, sendo refletido pela superfície do pára-brisa quando este estiver seco. Se o pára-brisa estiver molhado, o raio de luz é refratado de forma diferente e como resultado, menos luz é refletida. Como a refração da luz depende da intensidade da chuva, um sinal é emitido pelo sensor ao relê do sistema automático, que entra em funcionamento para o sistema intermitente de lavagem e limpeza do pára-brisa.
![golf sensor de chuva](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/09/golf-sensor-de-chuva-500x219.jpg)
Outro importante acessório de série era o espelho retrovisor interno, anti-ofuscamento. Com função contínua de escurecimento, evitava que o motorista fosse ofuscado pelos faróis dos veículos que o seguiam.
Consiste de um elemento refletor e uma unidade eletrônica de controle com dois foto-sensores, detectando a luz incidente pela frente e pela traseira. Se a incidência de luz no lado do espelho retrovisor voltado para traseira for maior do que a do lado voltado para a frente, a unidade eletrônica aplica uma voltagem ao revestimento condutivo. Esta voltagem alterará a cor do eletrólito, o escurecendo tanto mais quanto maior for a luz incidente.
Engatando a marcha à ré, a função de escurecimento do espelho é desativada para facilitar manobras como ao sair de uma garagem, por exemplo.
![golf espelho anti ofuscante](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/09/golf-espelho-anti-ofuscante-500x324.jpg)
A VW disponibilizava três motores para o Golf MK4 — 1,6 (100 cv), 2,0 (115 cv) e 1,8, com 5 válvulas por cilindro, turbocomprimido (150 cv).
Particularmente tive o prazer de dirigir um Golf 1,8 turbo quando trabalhava na Ford, na engenharia de desenvolvimento do produto. Era um veículo importado, 1998, azul clarinho de fazer inveja. Andava muito e tinha excelente estabilidade direcional, um verdadeiro “fun to drive car”. Mesmo não sendo ainda multibraço, a suspensão traseira por eixo de torção com barra estabilizadora integrada dava conta do recado, pregando o carro no chão. Era recomendada gasolina 95 RON mínimo e a especificação do manual de serviços do veículo deixava claro que o motor perderia potência com combustível inferior.
![Cópia de golf motor turbo](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/09/Cópia-de-golf-motor-turbo-500x281.jpg)
Enfim, o Golf geração IV foi o mais significativo conjunto da série em minha opinião e continua mantendo batalhões de seguidores no mundo dos auto entusiastas.
Encerro esta matéria, aproveitando o espaço que reservo para homenagens, para externar minha opinião a respeito do recente episódio envolvendo os motores Diesel dos veículos Volkswagen comercializados nos Estados Unidos. A acusação foi ” fraude do nível de emissões de poluentes de quase meio milhão de carros circulantes no mercado”, feita pelo governo americano.
Tecnicamente falando, o hardware do sistema eletrônico de gerenciamento do motor tem uma capacidade de processamento enorme, permitindo que o software envolvido tenha quase infinitas combinações de calibração. Por exemplo, é relativamente fácil o software entender quando o veículo está sendo verificado no ciclo de emissões no dinamômetro e manter o traçado em cima da curva teórica exigida pela legislação e em outras condições, com outras cargas, não necessariamente cumprir a lei. Na realidade todos deveriam cumprir o espírito da lei que é não poluir o meio ambiente independentemente da legislação. Eu sei que fazer o certo por princípios é utopia, porem, continuo acreditando que o ser humano tem salvação.
O que a empresa ganha mascarando o software, pode perguntar o leitor. Ganha dinheiro com catalisadores menores, ganha desempenho em seus motores, ganha mais dinheiro em outros componentes do sistema de calibração etc.
Particularmente não acredito que a farsa tenha sido encomendada pelo alto escalão da VW. Provavelmente, em algum escalão inferior, algum esperto quis mostrar que fazia mais por menos para se autopromover e enganou o software, que é burro e somente faz o que o é pedido para ele fazer.
CM
Créditos: Volkswagen do Brasil Ltda (treinamento da rede), arquivo pessoal do autor, fotos Google, wikipedia