Poucos nomes do automobilismo mundial podem exibir um currículo tão vasto e honrado quanto o engenheiro brasileiro Ricardo Divila (foto de abertura): do caminho iniciado com o protótipo Snob’s Corvair construído na década de 1960 para Eduardo Celidônio e Carlos Alberto Sgarbi, ao desenvolvimento dos mais recentes modelos de competição da Nissan, Divila percorreu o mundo trabalhando para diversas equipes de F-1, F-Indy, F-Nippon, WEC, Turismo, Dakar, muitas vezes em programas paralelos, o que lhe garantiu status de passageiro VIP em diversas empresas aéreas. Considerado uma das mentes mais brilhantes e apaixonadas pelo automobilismo de competição, há algum tempo ele também contribui com a revista Race Car Engineering, onde publica textos de grande conteúdo técnico e leitura agradável.
Ricardo, nascido em São Paulo, acumula toda essa experiência nos seus 73 anos de vida.
Se você gosta de automobilismo e de vinhos e pode estar em Sydney (Austrália) em fevereiro, considere-se uma pessoa de sorte. Primeiro porque nesse mês Ricardo Divila será palestrante de honra num evento da Race Engineering Academy. O evento vai de 11 a 22 de fevereiro e Ricardo será responsável por cinco módulos, cada um deles com duração de meia jornada. Nelas ele abrangerá temas que incluem seu histórico nas competições, o projeto Delta Wing, estratégia de corridas de resistência, sistemas de freios e um período dedicado a perguntas e respostas.
O fuso horário de Sydney em relação a Brasília, uma diferença de 13 horas a mais (no dia 16/2 passa a 14 horas com o fim do nosso horário verão), é outro motivo para essa viagem e provar vinhos com uma uva criada na década de 1950. Chegue uns dias antes e aproveite para participar do Crooked River Wines Lunch Drive, um passeio marcado para o dia 10 e organizado pelo Porsche Club de New South Wales. O trajeto de 130 quilômetros dura, em condições normais, duas horas e meia, mas a ideia é desfrutar a bela paisagem da rodovia M1 que margeia o Oceano Pacífico Sul. A vinícola Crooked River produz bons tintos com as uvas Cabernet Sauvignon e Shiraz (a variedade mais popular entre os aussies, como os australianos gostam de se autodenominar) e com a menos conhecida Chambourcin, uma variedade híbrida desenvolvida na França por Joannes Seyve nos anos 1950 e disseminada inicialmente no vale do Loire e na região de Nantes; mais tarde ganhou espaço em uma vasta área em torno dos Lagos Finger, no Estado de Nova York. A Chambourcin é normalmente comparada com a Cabernet Sauvignon, com notas mais apimentadas.
WG
Foto de abertura:Nissan Motorsport