O argentino Carlos Alberto Reutemann, vice-campeão mundial de F-1 em 1981, faleceu hoje em Santa Fé, sua cidade natal, vítima de complicações decorrentes de câncer no fígado. Depois de encerrar sua carreira esportiva, El Lole, como ele era tratado por seus fãs e venerado por seus muitos admiradores, foi governador da província de Santa Fé (foto de abertura) por dois mandatos e desde 2003 era senador. Piloto constante e rápido, Reutemann defendeu as equipes Brabham, Ferrari, Lotus e Williams, onde, ao final da temporada de 1982 pôs fim à uma carreira iniciada no GP da Argentina de 1972 e que registra 6 pole positions, 12 vitórias e quatro voltas mais rápidas, uma elas no GP do Brasil de 1978. Nessa prova ele mostrou-se imbatível e registrou a primeira vitória da Michelin na categoria e venceu com 47”13 de vantagem sobre Emerson Fittipaldi, que pilotou o Copersucar Fittipaldi F5-A.
Reutemann foi um personagem marcante da F-1: alto, com jeito de galã, ele se consagrou com um piloto que raramente abandonava provas ou se envolvia em acidentes. Também ficou conhecido pelo jeito introvertido que em algumas ocasiões o relegava à condição de segundo piloto, caso típico das três temporadas que defendeu a Williams, onde as atenções de Frank Williams e Patrick Head eram direcionadas a Alan Jones. Nos seus momentos mais descontraídos era uma pessoa agradável e com propósitos elogiáveis. Convidado a pilotar um Ferrari quando o GP da Argentina voltou a ser disputado, em 1995, doou seu cachê para um hospital de Santa Fé. Ironia das ironias é um fato ligado a um dos seus primeiros patrocinadores na F-1, a CAP, uma cooperativa de produtores de carne bovina. Em um encontro com ele e meus colegas da Telefe, emissora de TV argentina onde fui comentarista por várias temporadas, Reutemann confessou que quando foi morar na Inglaterra deixou de comer carne “porque custava muito caro e não me fazia falta”.
Em meu nome e da equipe do AUTOentusiastas, presto condolências à família e aos argentinos que tanto o admiravam.
WG