O tema trânsito, na questão de congestionamentos, é antigo. Muitos leitores devem se lembrar de matéria na Quatro Rodas lá por volta de 1967/1968 intitulada “São Paulo vai parar”. Pois bem, passados 55 anos São Paulo não parou, mesmo tendo a frota aumentado cerca de cinco vezes (de 1,5 milhão para 7,5 milhões), mesmo com controle de trânsito largado às traças. Funcionamento impecável mesmo só os radares de velocidade. Mas que é preciso melhorar a fluidez, todo concordam.
Em cidades como Londres o trânsito é monitorado permanentemente (foto de abertura) com câmeras, e quando uma determinada via congestiona o tempo dos sinais é alterado para resolver o problema da melhor maneira possível. Isso sem contar o controle de sinais normalmente computadorizado. Aqui já se tentou adotar a sincronização de sinais, mas ela parou no tempo. Leitores de Brasília contaram nos comentários que em Brasília existe sincronização. Deduz-se que em São Paulo e onde em cidades que sofrem do mesmo problema o que há é falta de determinação ou vontade das autoridades de trânsito em resolver o problema com inteligência e uso da tecnologia.
Poucas coisas são mais irritantes e prejudiciais à fluidez do que aguardar a mudança de sinal para verde, reiniciar a marcha e na quadra seguinte o sinal fechar. Ou então, numa via reta em que se pode avistar uma sucessão de sinais, ver todos verdes ou todos vermelhos
É desnecessário ir muito longe nessa questão. Tomemos o caso de uma via marginal que leva a rodovias. Sai-se de um bairro em São Paulo e pega-se o início de uma marginal Seguindo por ela, caso da Pinheiros que emend com a do Tietê, só se encontrará sinal luminoso depois do túnel Rebouças, no Rio de Janeiro. Entretanto, é comum o trânsito parat nessas duas vias marginais. Por que para? Três causas básicas (desconsiderando acidentes).
Uma, veículo enguiçado (quebrado, como se diz em São Paulo) interrompendo uma faixa de rolamento. Sua remoção tem que ser feita no menor tempo possível, óbvio, mas não é o que se vê. Outra causa, traçado da via, em que uma faixa some, nada mais prejudicial à fluidez e que acaba gerando um ponto de lentidão ou mesmo de parada. E terceiro, trafegar abaixo do limite da via. É surpreendente ver carros rodando a 60~70 km/h quando o limite é 90 km/h (mal que se estende às rodovias).
Dentro das cidades, problemas além da falta de sincronização dos sinais (aqui falo mais de São Paulo). Sinal muda para verde num cruzamento e o tráfego se movimenta lentamente. Motivo? Valeta! Como tem valeta neta cidade, e muitas bem fundas. Certamente há solução que as evite, já que elas não são vistas em outras cidades.
Há uma outra solução “brilhante”, notada mais nos bairros, a minirrotatória, que de tão míni só tem uma faixa para se circular nela. Resultado, vêm-se por uma via de mão única e duas faixas e na aproximação da minirrotatória as duas têm que virar uma. Pronto, está feito o estrangulamento. Ou seja, só cabe construir minirrotatória em ruas de mão dupla, jamais mão única de duas faixas. Mas é preciso uma “superinteligência” para tomar esse cuidado ao planejar uma minirrotatória.
Eu não poderia encerrar esta coluna sem falar no câncer brasileiro chamado lombada que tornou o simples dirigir um verdadeiro inferno. Tanto por quantidade quanto por construção totalmente fora de norma. Agora tem aparecido lombada até em estrada de terra, impossível de ser avistada. As autoridades se trânsito não estão nem aí para acabar com este câncer. Mas todas têm o sagrado salário depositado no fim do mês;
BS