Nas últimas semanas a Stellantis, pelo seu executivo-chefe Carlos Tavares e pela vice-presidente executiva e chefe de finanças, Natalie Knight, fizeram declarações públicas que sugerem que a empresa descontinuará suas marcas não lucrativas. Enquanto Tavares foi direto ao dizer que empresas não viáveis financeiramente possam ser fechadas, Knight teve uma abordagem mais suave quando questionada sobre o futuro da Maserati.
No primeiro semestre de 2024 a Maserati vendeu apenas 6.500 automóveis, enquanto comercializou 15.300 unidades durante o mesmo período do ano passado. Isso representa uma perda operacional ajustada de US$ 88,6 milhões em 2024, de acordo com análise de dados da Automotive News Europe. “O primeiro semestre foi decepcionante”, disse Knight em teleconferência com jornalistas na última quinta-feira (25).
Segundo Knight, essas perdas crescentes são em grande parte resultado da descontinuação de muitos de seus principais modelos nos últimos 12 meses, como os sedãs Ghibli e Quattroporte, e o suve Levante. Mesmo com a introdução do novo GranTurismo e do suve compacto Grecale, a Maserati está lutando para manter a lucratividade, com as vendas globais do Grecale em queda de 42% ano a ano. A Automotive News informou que apenas 97 unidades do supercarro MC20 da Maserati foram vendidas na Europa no ano passado.
Essas ameaças dos executivos da Stellantis vêm depois que o grupo registrou sua primeira perda real desde sua criação em janeiro de 2021. De acordo com a Automotive News, o lucro líquido do conglomerado caiu 48% no primeiro semestre do ano.
“É um eufemismo dizer que os resultados do primeiro semestre de 2024 foram decepcionantes e humilhantes”, revelou Tavares, na teleconferência. Como resultado, a Stellantis está aberta a fazer algumas grandes mudanças, incluindo adiar novos lançamentos ou até mesmo vender a Maserati.
MF