Considerada a categoria mais importante do País, o campeonato de Stock Car tem tudo para ser considerado modelo do calendário nacional: equipes bem estruturadas, grandes patrocinadores, organização profissional e transmissão de suas etapas ao vivo pela TV. Infelizmente essa receita de sucesso acaba diluída por alterações desportivas, eventualmente também logísticas, impróprias para consolidar o produto no lugar que merece.
Na temporada atual já foram disputadas cinco provas e duas delas tiveram resultados alterados dias ou horas depois que a bandeira quadriculada sinalizou o final das corridas. Se é indiscutível que regulamentos devem ser respeitados, a forma como as punições são impostas e anunciadas deixam muito a desejar. No ano passado alterações no calendário surpreenderam os participantes da especialidade.
O resultado da terceira rodada da temporada atual, disputada ontem no Autódromo Ayrton Senna, em Goiânia (foro de abertura), ganhou ares de revanche ao envolver o vencedor da primeira bateria, Thiago Camilo, e Ricardo Zonta, pilotos que, coincidentemente, são patrocinados pela Ipiranga e Shell, marcas líderes na distribuição de combustíveis no País. O resultado da prova foi impresso às 13h47, quatro minutos após Camilo ter recebido a bandeirada de chegada com 1”915 de vantagem sobre Zonta. Nesse documento constavam as punições impostas a Bia Figueiredo (20” no tempo de prova) e Felipe Lapenna (drive-through) ambos por queima de largada.
Cerca de seis horas mais tarde, às 19h26, a assessoria de imprensa da categoria divulgava novo comunicado informando as punições impostas pela Confederação Brasileira de Automobilismo a Thiago Camilo e Ricardo Maurício, decisão que alterou resultado da corrida e a situação do Campeonato. Até então Daniel Serra e Rubens Barrichello estavam empatados nos pontos. O curioso dessa história é que as punições aconteceram na mesma largada que puniu Bia e Lapenna pelo mesmo motivo: queima de largada.
O que dá para motivos para críticas é que Thiago Camilo e Ricardo Maurício foram punidos quase seis horas mais tarde. Os mais céticos gritarão que o desempenho dos comissários da CBA está melhorando: afinal, a desclassificação de Ricardo Zonta nas duas corridas do Velo Città foi anunciada 11 dias após a divulgação do resultado oficial da prova: 15h01 de 5 de maio de 2019. Até a manhã desta segunda-feira, 20 de maio, Daniel Serra ocupa a liderança do campeonato com 106 pontos, um a mais que Rubens Barrichello; Ricardo Maurício aparece em terceiro, com 78. A próxima corrida está marcada para o dia 9 de junho, em Londrina, PR.
WG