O crescente valor econômico da Fórmula 1 (foto de abertura) desde que a Liberty Media assumiu o controle da categoria, em 2017, não para de crescer. Apenas a participação acionária do austríaco Toto Wolff, que ocupa o cargo equivalente ao de presidente na equipe Mercedes, está avaliada em US$ 1,3 bilhão (R$ 6,55 bilhões) e equivale a um terço do valor de todo o time. Dados referentes ao faturamento da modalidade no exercício de 2023 ainda não foram divulgados, mas em 2022 esse valor chegou a US$ 2,57 bilhões, aproximadamente R$ 12,85 bilhões, apenas com bilheteria e direitos de transmissão.
De um prejuízo de US$ 66 milhões (R$ 310 milhões) em 2021), a Liberty Media registrou lucro de US$ 173 milhões (R$ 865 milhões), segundo o site Forbes.com. Patrocínios nas equipes totalizaram US$ 17,8 bilhões (R$ 89 bilhões), segundo a agência RTR Sports Marketing. Os valores deste ano deverão sofrer um crescimento de, no mínimo, 10%, consequência da entrada de Las Vegas e a volta, em 2024 dos GPs da China e da Emilia-Romagna.
Um dos fatores que impulsionou o valor das 10 equipes inscritas a cada temporada foi o estabelecimento de um teto anual de gastos, que em 2023 foi de US$ 135 milhões (R$ 675 milhões) por ano, valor que deverá ser mantido para a próxima temporada. Como o campeonato de 2024 terá uma etapa a mais, esse valor poderá sofrer um acréscimo de US$ 4,3 milhões (R$ 21,5 milhões). A proposta de controlar gastos é uma medida de efeito ambíguo: por um lado isso melhorou o equilíbrio entre as equipes, mas por outro consolidou as vantagens de quem pode investir em infraestrutura antes que essa norma entrasse em vigor, em 2021. A Williams, que amargou temporadas sucessivas de resultados praticamente nulos, foi uma das principais vítimas desse processo.
Mesmo assim, o valor de cada time cresceu significativamente nos últimos anos, até mesmo para equipes sem os recursos de Ferrari, Mercedes e Red Bull, as três mais poderosas. A Renault e a Aston Martin, equipes de meio do pelotão, sofreram ampla valorização este ano. A equipe francesa abriu seu capital para investidores dos Estados Unidos e está perto de ultrapassar a mítica casa de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões). Por seu lado, o time inglês, está avaliado em US$ 1,3 bilhão (R$ 6,5 bilhões), cortesia da boa temporada de Fernando Alonso. De acordo com a Forbes, Ferrari e Mercedes valem, cada uma US$ 4 bilhões (R$ 20 bilhões).
Estudo do escritório Applied Analysis publicado no Las Vegas Review Journal, o impacto econômico do GP de Las Vegas disputado em novembro em um inédito circuito de rua, foi de cerca de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,5 bilhões). Aproximadamente 70% desse valor foi gerado pela presença do público na cidade e o e restante em custos e operação de eventos. A mesma consultoria prevê que a final do Super Bowl, em fevereiro, terá impacto de US$ 600 milhões (R$ 3 bilhões) na economia da cidade.
Segundo o presidente da Liberty Media, Greg Maffei, o cenário da F-1 mudou radicalmente desde que a empresa assumiu o controle da categoria: “Já são sete temporadas que estamos envolvidos com a F-1. Quando iniciamos uma equipe foi vendida por uma libra esterlina (R$ 6,5 aproximadamente). Hoje, as equipes do fundo do grid estão avaliadas em torno de US$ 750 milhões (R$ 3,75 bilhões).”
A referência de Mattei remete à venda da equipe da Honda para Ross Brown, que assumiu o passivo do time por aquele valor simbólico e acabou vencendo o campeonato com Jenson Button. Por tudo isso, as 10 equipes que disputarão a temporada deste ano demonstram contrariedade em admitir a chegada da escuderia formada por Michael Andretti e que tem o apoio da marca Cadillac.
WG
A coluna “Conversa de pista” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.