A BMW nega as especulações de que vai abandonar o desenvolvimento e produção de motores de combustão interna, conforme declarou seu chefe de pesquisa e desenvolvimento, Frank Weber, que definiu as insinuações como “completo absurdo”, em entrevista ao site da revista Autocar.
As recentes decisões tomadas pela empresa bávara, com a antecipação do fim da produção de motores a combustão na Alemanha, que foi totalmente transferida para as fábricas da empresa na Áustria e Inglaterra, estimularam o surgimento de boatos sobre esta possibilidade.
Com relação a isto, Frank Weber foi taxativo: “Em primeiro lugar, não é verdade. E em segundo lugar, sugerir que não há nada mais a fazer no segmento de motores a combustão também não é verdade. Há muito ainda o que fazer. E não apenas na Europa, mas também nos EUA e na China.”
Weber também lembrou o regulamento de emissões Euro 7, recentemente confirmado e previsto para entrar em vigor a partir de julho de 2025, como apenas um exemplo da razão pela qual a BMW continua fortemente comprometida com o desenvolvimento do motor de combustão interna.
Algumas fontes, baseadas no próximo lançamento da ‘Neue Klasse’ de modelos elétricos da BMW, afirmaram que a empresa não teria interesse em continuar o desenvolvimento de motores de combustão, porque seus concorrentes aumentaram os investimentos em trens de força elétricos
O executivo-chefe da BMW, Oliver Zipse, que é contra à proibição do motor de combustão pela União Europeia, alega que isso vai colocar os fabricantes de automóveis europeus em uma guerra de preços com os fabricantes de automóveis chineses, o que é um “risco iminente”.
Zipse, que também defende os combustíveis sintéticos (e-fuels) como uma alternativa “importante” aos combustíveis fósseis, detalhou que a BMW estabeleceu o objetivo de que os carros com emissão zero representem cerca de 15% de suas vendas em 2024.
Além disso, embora a BMW também esteja investindo pesado em novos projetos de veículos elétricos, ela também mantém atualizado o motor de seis cilindros em linha (B58/S58), de 3 litros, que equipa diversos modelos de sucesso da marca, conforme destaca o site da Auto Motor und Sport.
Com dois turbocarregadores, o S58 é a variante de alto desempenho do B58 que é usado em todas as séries de modelos tração traseira BMW. Durante o desenvolvimento deste motor, a pressão máxima da injeção direta foi aumentada de 200 para 350 bar.
Os motores de seis cilindros em linha fazem parte do DNA da BMW desde o roadster esportivo 328, de 1937. Seu motor de 2 litros produzia impressionantes 80 cv para a época. O motor de 6 cilindros atual da BMW, na sua versão mais potente S58, entrega 510 cv.
O motor do roadster 328 tinha comando no bloco de ferro fundido, mas as válvulas no cabeçote de alumínio eram em “V” para obter câmaras de combustão hemisféricas. O formato das tampas de válvulas (duas) leva muitos a achar que se trata de duplo comando de válvulas no cabeçote. A plaqueta OZ 80 não indica a potência de 80 cv, mas a octanagem (Oktanzahl) requerida para o motor, 80 octanas MON, alta para a época. Mera coincidência.
RM