Já falei muito de competições, inauguração de autódromos, rali de regularidade e de velocidade, e hoje vou contar como foi a minha última participação numa prova automobilística. Foi em fevereiro de 1995, e a prova chamava-se “Rali Grand Prix do Guarujá”, promovido e patrocinado pela Marlboro e Antarctica.
Nessa época eu trabalhava na Volkswagen mas estava “emprestado”, por contrato, à Audi, em Ingolstadt, como representante de Pós-Venda para a América do Sul, região que ia do Uruguai à Venezuela. Claro, Brasil também, no tempo em que marca era representada no país pela empresa de Ayrton Senna, a Senna Import. Foi um período de incontáveis viagens transoceânicas e pelos países citados. Fiquei nessa função de 1992 a 1997, quando resolvi deixar esse trabalho. Eu já tinha 50 anos. Não suportava mais viajar tanto, minha família estava se ressentindo da minha pouca permanência em casa, e eu também me sentia desconfortável tanto tempo longe.
Na ocasião do rali no Guarujá, ainda na Audi, consegui um Gol GTI emprestado da Volkswagen (foto de abertura) com a promessa de não danificá-lo. A diretoria ficou mais tranquila quando eu disse que o rali seria de regularidade e o percurso todo em vias asfaltadas. Ao todo, a VW cedeu para a prova um Passat Pointer e três Gol GTI, o meu incluído
O tempo não ajudou muito, choveu praticamente a prova toda, mas não a ponto de desanimar os mais de 120 pilotos e navegadores inscritos, entre os quais Wilson Fittipaldi Jr., Christian Fittipaldi, Rubens Barrichello e Raul Boesel, todos integrantes da equipe Marlboro Brazilian Team.
Eram duas categorias, Turismo e Off-Road. Mais de 15 marcas estavam representadas nesta prova, como Alfa Romeo, BMW, Chevrolet, Fiat, Ford, Honda, Mitsubishi, Nissan, Subaru, Toyota, Volkswagen, Volvo, e outras. Foi um rali bastante concorrido.
A extensão da prova foi de mais de 350 quilômetros, grande parte em estradas sinuosas, saindo do Guarujá e passando pelas cidades de Bertioga, Mogi das Cruzes, Salesópolis, Caraguatatuba e São Sebastião, com chegada no Guarujá.
Esse era um rali tradicional, disputado duas vezes por ano, um no verão, como esse, outro no inverno, já tendo sido anunciado que o daquele ano teria como base a cidade serrana paulista de Campos do Jordão.
A prova foi tranquila para todos, sem incidentes ou acidentes, apesar do tempo impiedoso. A classificação final foi a seguinte:
Categoria Off-Road:
Toyota Hilux SW4 tripulado por Reinaldo Varella e Alberto Fadigatti
Categoria Turismo:
Volkswagen Passat Pointer tripulado por Édio Fuchter e João Gomes
Classificação geral:
1º) Toyota Hilux SW4 tripulado por Reinaldo Varella e Alberto Fadigatti
2º) VW Passat Pointer tripulado por Édio Fuchter e João Gomes
3º) VW Gol GTI tripulado por Suzane Carvalho e Cássia Santana
4º) VW Gol GTI tripulado por Ronaldo Berg e Douglas Heckmann.
A Volkswagen ficou com o primeiro lugar entre as marcas, já que teve a maior quantidade de veículos classificados.
E com este quarto lugar fiquei feliz e comemorei muito minha última participação em uma competição automobilística. A sensação era de primeiro lugar!
Epílogo
Na minha última coluna, em duas partes, “Início de uma parceria sem final”, você deve se lembrar da segunda quando eu disse que a parceria não terminava nas duas provas em que eu e o Bob participamos. Pois bem, eu havia deixado a Audi (e a VW), procurava recolocação no mercado de trabalho, quando poucos dias depois me telefona a assistente do vice-presidente da GM, André Beer, dizendo para eu ir até à fábrica para um almoço, que ele queria conversar comigo. Isso porque o Bob Sharp, então um dos dois gerentes de imprensa da GM do Brasil, havia me indicado a ele para um cargo vago, o de gerente de Engenharia de Serviço/Produto. Em poucos dias eu estava trabalhando em São Caetano do Sul. Parceria… Haveria outra, fora o convite para vir para o AE. Essa fica para outro dia.
RB