O GP do México não foi tão disputado quanto o dos Estados Unidos, mas a festa que envolveu a corrida compensou tudo. Na pista, Nico Rosberg voltou a vencer e os finlandeses mais uma vez se estranharam, desta vez com prejuízo maior para Räikkönen. Um discreto Massa terminou em sexto e a falta de freio fez Nasr parar antes do final
![Mais de 335 mil pessoas foram ao auódromo, 135 mil no domingo (foto Mercedes)](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/11/Coluna20151103_Tribuna.jpg)
Verdade que desde 1992 a F-1 não se apresentava no México, mas a presença de 335.850 espectadores nos três dias do evento — 135 mil delas no domingo — não deixa de impressionar. Diria que impressionou tanto quanto o reformado autódromo Hermanos Rodriguez: perdeu-se a Peraltada, a diabólica curva com superelevação que dava acesso à reta de chegada, mas ganhou-se um belo teatro com o público próximo à pista — chegava a lembrar Mônaco e Canadá — e bons pontos de ultrapassagem. Assunto que não deve ser cogitado perto de Kimi Räikkönen nos próximos dias…
![Toma lá, dá cá. Telecatch entre Räikkönen e Bottas teve segundo assalto (foto Williams/LAT)](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/11/Coluna20151103_Bottas_Kimi.jpg)
Tal como aconteceu na Rússia, os dois patrícios da terra do Papai Noel andaram trocando tinta dos seus trenós. Aluno aplicado e com mais sede de mostrar serviço, Valtteri Bottas devolveu sem juros, mas com polpuda correção monetária a seu favor, o prejuízo de Sochi. Enquanto o homem de gelo derretia junto às barreiras de proteção as suas esperanças de pontuar, o moleque atrevido manteve seu carro intacto e subiu ao pódio. Como diriam alguns, comeu pelas beiradas e ainda que o prato estivesse frio, houve quem sentisse um cheiro de fritura em Maranello.
![Terceiro título no bolso, Hamilton estava mais relaxado no México (foto Mercedes)](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/11/Coluna20151103_HAMILTON.jpg)
No Planeta Mercedes houve uma inversão de valores na casa e, talvez por causa da altitude local, o desempenho de Lewis Hamilton nas voltas finais do GP do México deixou no ar a dúvida se ele optou por se aquietar no segundo lugar — afinal, o título já está garantido — e com isso serenar os ânimos. A temporada atual ainda tem duas corridas (Brasil, dia 15, e Abu Dhabi, 29) e sem dúvida não se viu ainda o fim dessa tertúlia anglo-teutônica.
![Mallya, aqui ao lado de Emerson, pode deixar a F-1 (foto Sahara Force India)](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/11/Coluna20151103_Mallya.jpg)
Quem deve ter sido visto pela última vez, no caso o México, é Vijay Mallya, pelo menos na condição de dono de equipe de F-1. Não é de hoje que o seu nome é relacionado a negociatas de gênero discutível — sua empresa aérea, a Kingfisher, tem inúmeros problemas com as autoridades indianas — e desta vez há indícios de que a Diageo, holding que explora marcas com a vodca Smirnoff e o uísque Johnny Walker, estaria considerando assumira equipe baseada em Silverstone como forma de recuperar uns tantos milhões de dólares. O curioso é que a vodca já aparece nos carros de Sérgio Pérez e Nico Hulkenberg e o uísque nos monopostos de Fernando Alonso e Jenson Button. A Rádio Paddock tem propagado que o acordo com a McLaren já está nos últimos e aguados goles e que a compra da equipe do indiano pela Diageo estaria vinculada com uma possível participação da Aston Martin, que assumiria a titularidade da equipe.
![Festa colorida no México, como há muito não se via na F1 (foto Sahara Force India)](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/11/Coluna20151103_GridGirl.jpg)
Mais, o já veterano, mas ainda eficientíssimo RP junto à imprensa britânica, Jenson Button, já estaria se alinhando para assumir um lugar na reformulada operação. O campeão mundial de 2009, aliás, está sempre com seu nome nas manchetes. Ora por causa de um assalto em sua casa na Riviera Francesa, ora por que vai abandonar a F-1 ou porque a McLaren não sente firmeza na permanência de Fernando Alonso.
Firmeza, certeza, tranqüilidade, este tipo de segurança, são itens em falta nos arredores da equipe Manor. O alto escalão do time está abandonando o navio em alto-mar ou, na melhor das hipóteses, quando a temporada chegar no porto de Abu Dhabi, situação que gera uma questão clara: a quem interessa que a pequena equipe acabe depois de tudo que foi feito para mantê-la ativa neste campeonato?
O capital da Manor/Marussia é o crédito que tem para receber pelo resultado do ano passado, o contrato de motor com a Ferrari e um punhado de engenheiros e técnicos com conhecimento do negócio F-1. O crédito do ano passado, quase certamente, já estaria comprometido para financiar a atual temporada, portanto, pode muito bem ser uma ilusão.
Já o contrato com a Mercedes seria de interesse de ninguém menos que as ainda sem-motor Red Bull ou a Toro Rosso, embora circulem rumores de que a primeira continuaria com motores Renault e a segunda voltaria a ter os Ferrari, como aconteceu no início de sua história. Quanto ao pessoal que põe a mão na massa, há possibilidade de ser contratado pela equipe Haas ou, quem sabe por quem herdar o contrato da Mercedes caso a equipe acabe.
![Gutierrez garantiu o primeiro prêmio da ainda inédita equipe Haas (foto Ferrari)](https://autoentusiastas.com.br/wp-content/uploads/2015/11/Coluna20151103_Gutierrez.jpg)
Rumores, aliás, é o que mais alimenta o noticiário da Rádio Paddock, emissora virtual da categoria. Num segmento mais fiel à realidade da categoria, o mexicano Estebán Gutiérrez foi finalmente confirmado como um dos pilotos da equipe Haas para o ano que vem, notícia que garantiu o primeiro prêmio conquistado pela equipe americana: o de segredo mais mal guardado da temporada.
WG