Brasil fora da categoria em 2018. Vaga da Williams está aberta. Felipe não para de correr.
Desta vez parece ser para valer, tanto que o próprio Felipe Massa fez questão de deixar claro em suas mensagens pelas redes sociais: o GP de Abu Dhabi, dia 26 de novembro, será sua última corrida de F-1. A aposentadoria anunciada no ano passado e marcada com muitas homenagens foi anulada em consequência da inesperada decisão de Nico Rosberg comunicar que abandonava o esporte dias após ter conquistado o título de 2016. O fato catapultou o finlandês Valtteri Bottas à condição de sucessor de Rosberg na equipe Mercedes e deixou a Williams sem outra opção que chamar Massa de volta.

A carreira de Massa teve duas fases distintas: até 2009, quando nos treinos para o GP da Hungria uma mola da suspensão traseira soltou-se do carro de Rubens Barrichello e acertou a cabeça de Felipe, então vice-campeão mundial de 2008. A partir de então, mais do que se recuperar de um trauma físico, posteriormente Massa enfrentou a companhia de Fernando Alonso — piloto rápido e de difícil convivência — na Scuderia entre 2010 e 2013. Em 2014, quando a Ferrari anunciou Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen, o brasileiro mudou-se para a Williams. O que aparentava ser um recomeço promissor foi transformado numa agonia crescente, fruto da incapacidade da equipe em produzir um carro competitivo e, principalmente, reagir correta e prontamente às deficiências que seus “FW”, sigla que identifica os chassis dos carros, demonstravam de maneira cada vez mais frequente e comprometedora.
Por mais dedicação que um piloto tenha e por mais motivação que ele seja capaz de ter, o calvário que a Williams vive há tempos corrói qualquer guerreiro. Críticos de Massa não pouparão o fato de Lance Stroll, o canadense que desembarcou na F-1 com pompa e circunstância que a fortuna de sua família pôde comprar, estar à sua frente na classificação do Mundial de Pilotos. Outros comentarão que Massa cometeu seus erros e jamais foi o mesmo após o acidente em Hungaroring.
Quem acompanha a F-1 com visão mais ampla e memória mais clara jamais deixará de lembrar de Felipe Massa como um piloto rápido, vencedor de 11 GPS e que por alguns segundos foi o campeão mundial da categoria em 2008. Mais: poucos pilotos passaram pela F-1 deixando tanto amigos. E não custa dizer que a comunidade da F-1 é bem mais feroz e cáustica que a turba de brasileiros para quem só importa vencer.
WG