Este evento, o sétimo, em 1º de maio de 1995, registrou o nosso segundo recorde no Livro Guinness com 2.728 carros, e que ainda não foi batido. Teve uma presença recorde de público e fez uma linda homenagem a Ayrton Senna pelo primeiro ano de sua morte. Você esteve lá?
Lá se vão 23 anos, mas as lembranças insistem em permanecer presentes, então vamos celebrar e relembrar como foi este evento, realizado durante a minha gestão como presidente do Fusca Clube do Brasil. Também vamos relembrar os resultados dos concursos e das provas de arrancada desse que foi o 7º Encontro Nacional do Fusca, como uma homenagem a quem se destacou neste evento.
O dia estava radiante. Este megaevento já fazia parte do Calendário Oficial de Eventos da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação da Prefeitura do Município de São Paulo, inscrito depois da realização bem-sucedida de vários eventos em Interlagos.
Em 1995 o Encontro Nacional do Fusca não foi realizado como era de costume em janeiro, um domingo antes do dia 20, que é o Dia Nacional do Fusca, devido às obras que foram realizadas no Autódromo como preparativo para o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 daquele ano.
Um grande público, estimado pelas autoridades em 15.000 pessoas, participou do evento. Este público testemunhou mais um recorde registrado no Livro Guinness: 2.728 veículos da Família Volkswagen (motor traseiro arrefecido a ar), na sua esmagadora maioria Fuscas, foram contados por prepostos da Prefeitura paulistana, lotados no Autódromo Municipal José Carlos Pace. Este recorde “desbancou” o nosso recorde anterior de 1.528 carros registrado em 1994.
No evento foram realizadas as seguintes atividades: Voltas na Pista, com Homenagem a Ayrton Senna, Show Volkswagen Espetacular, Concurso de Automóveis e a tradicional Prova de Arrancada. Foi realizado um concurso de pintura de Fuscas para crianças, com distribuição de brindes. O mercado das pulgas foi muito concorrido e apresentou uma grande coleção de peças “mosca branca”.
Como de costume, antes do horário de abertura dos portões, começaram a chegar muitos Fuscas ao autódromo. O grande fluxo de carros se dirigindo para lá confirmou o amor de muitos pelo Fusca. Sim, pois era uma segunda-feira, feriado do Dia do Trabalho e era de se esperar que muitos iriam preferir aproveitar o feriado prolongado fora de São Paulo. Os carros foram se acomodando na pista para aguardar as tradicionais e emocionantes voltas na pista do Autódromo, que por medida de segurança eram realizadas em velocidade baixa controlada pela equipe de segurança do evento.
Na foto de abertura desta matéria, feita por Eduardo Anuar Farha — sócio que era o fotógrafo do clube — pode-se ver como a pista do autódromo foi sendo tomada por milhares de Fuscas. A foto abaixo, também tirada do topo da torre de cronometragem, mostra com aproximação maior parte o grande número de carros que ocupou o autódromo antes das voltas na pista.
Naquele ano ocorreu outra coincidência de data, pois no dia 1º de maio de 1994, em Imola na Itália, faleceu o grande piloto e ídolo brasileiro Ayrton Senna. Com isto foi realizada uma singela homenagem a este grande brasileiro, no exato dia que marcava um ano de sua morte.
Como se estivessem se preparando para a homenagem a Ayrton Senna, alguns Fuscas, com as cores da bandeira brasileira, verde, amarelo e azul, se aproximam da reta de chegada do Autódromo.
A homenagem a Ayrton Senna ocorreu durante as primeiras das duas voltas na pista. Ela foi realizada por uma comissão de frente e pelos demais carros que participaram do cortejo. A comissão de frente foi aberta por um Fusca cabriolé preto que pertence ao Sr. Pierre-Alain de Smedt, então presidente da Autolatina. Este carro trazia sobre o seu capô dianteiro um dos capacetes de Ayrton Senna. Esta raridade foi sorteada pelo Banco Nacional, que foi um dos patrocinadores do piloto. Este sorteio ocorreu antes da morte do grande ídolo e, em nosso evento, foi a recordação mais próxima do piloto falecido.
Seguiram três carros com teto solar. O primeiro foi o meu Fusca 1955 (oval), como presidente do Fusca Clube do Brasil, portando a bandeira brasileira.
Outro Fusca de vigia traseira oval, o carro de Mauro Marcelo Lima e Silva, um belo exemplar de recuperação cuidadosa e bem-feita.
Seguiram, alinhados, os carros de Mauro Marcelo Lima e Silva, um Fusca 1953 2a série, portando a bandeira do Estado de São Paulo, e Fusca 1953 1ª série (com duas janelinhas: “split window”) de Eduardo Ohara, portando a bandeira do Fusca Clube do Brasil.
Seguiu uma fila de carros encabeçada pelo Baja vermelho de Carlos Menon, que ostentava, sobre o capô dianteiro, uma bandeira do Brasil feita para o Autódromo de Ímola, com a fotografia de Ayrton Senna dentro do traçado daquela pista.
Os cinco carros que seguiram portavam, sobre os racks instalados em seus tetos, cartazes com as letras S E N N A. Estes Fuscas eram: o saia e blusa 1957 de Sérgio Eduardo Fontana com a letra S, o 1964 azul de José Roberto Bruno com a letra E, o 1963 azul claro de Francisco Varca Thomeu Junior com a letra N, o 1995 vermelho de Andreas Wolfsohn com a letra N, o 1970 “Herbie” de Celsom Gomes Pereira com a letra A. Olhando a formação do sobrenome Senna do nível da pista:
Na sequência do cortejo, esta foto mostra o início da volta de homenagem a Ayrton Senna, os primeiros carros da “Comissão de Frente” se aproximam do “S” do Senna.
Em primeiro plano vemos, dispostos em quadrado, com o Schwimmwagen ano 1944 de Erineu Cicarelli no centro, em sentido horário, partindo do canto esquerdo inferior: o original de Francisco da Garra, o Fusca-Royce de Erasmo Antônio da Silva, o Fusca-Ovo de Ingo PFlaumer (encurtado em 87 em) e, finalmente, o carro do Vicenzo Casteluccio.
Seguiu-se um grupo de carros que formaram, na pista — quando olhados de cima, as letras S E N N A com os próprios carros. Milhares de carros seguiram a comissão de frente, fechando o cortejo.
Muitos proprietários fizeram questão de mostrar sua individualidade:
Em um dado momento o início do cortejo alcançou o fim, inundando o autódromo de Fuscas e alguns de seus descendentes.
A cobertura da imprensa foi muito grande. Muitos jornais deram destaque para o nosso evento, inclusive reportagens de página inteira. Vários canais de televisão cobriram a reunião e transmitiram reportagens que totalizaram mais de dezoito minutos de lindíssimas imagens, a maioria delas em cadeia nacional e no horário nobre para todo o Brasil.
Destacamos as imagens tomadas pelo helicóptero da Rede Globo. Esta rede transmitiu flashes ao vivo durante a realização do evento. Agradecemos a todos os órgãos de Imprensa que prestigiaram nosso evento. A própria Volkswagen avaliou que o retorno na imprensa foi incrível e o seu resultado midiático ultrapassou muitas vezes o que havia sido doado para a realização deste evento, caracterizando-se uma das melhores ações deste tipo até então.
Por falar no Schwimmwagen (VW Tipo 166), um jipe anfíbio com tração nas quatro rodas, fabricado pela Volkswagen para uso militar durante a Segunda Guerra Mundial: o amigo Erineu Sicarelli fez uma bela demonstração de seu fantástico carro num dos lagos do Autódromo.
Primeiramente ele estudou bem as condições do lago durante a semana que antecedeu ao evento. Não que isto tenha sido uma tarefa fácil, pois boa parte do lago tem fundo de lodo e está cheio de pneus velhos e de entulho, o que dificultou muito a tarefa de encontrar um lugar seguro para entrar e sair do lago.
Durante a demonstração o Erineu colocou uma grande bandeira do Brasil em seu carro e “navegou” tranquilamente nas águas daquele lago, fazendo belas evoluções. Toda a demonstração do Schwimmwagen foi narrada pelo sistema de som do autódromo. Da arquibancada podia ser visto o Schwimmwagen no lago e a bandeira brasileira desfraldada pelo vento, um espetáculo inesquecível.
Dentre os carros que participaram do evento podemos destacar o “Vintage Volkswagen” de Mauro Marcelo Lima e Silva que foi apresentado neste evento depois de concluída a sua cuidadosa recuperação. Trata-se de um Fusca 1953 2ª série, cor azul claro, com janela traseira oval. A curiosidade é que durante a sua restauração o volante de direção foi mudado para o lado direito e o carro estava equipado com teto solar de lona; no mais este carro apresentava muitos outros equipamentos de época.
Naquele ano o Fusca Clube do Brasil colaborou com o GAPA – Grupo de Apoio à Prevenção à AIDS, uma entidade que há dez anos vinha trabalhando em São Paulo numa atividade importante tanto de apoio à prevenção como no auxílio aos portadores do vírus da AIDS. Parte da renda obtida com o “adesivo de participação” foi entregue ao GAPA. Todos os carros que entraram no autódromo portavam este adesivo no canto direito superior do para-brisa.
Todos os participantes receberam o manual do evento e uma ficha cadastral que foram distribuídos na entrada do Autódromo. Esta ficha cadastral, depois de preenchida foi trocada pelo diploma de participação e pelo adesivo oficial do evento. Aliás, este adesivo traz uma citação ao fato do Fusca Clube do Brasil estar comemorando 10 anos em 1995. Os sócios em dia com o caixa do Clube receberam, adicionalmente, uma recordação especial.
Vista parcial do mercado das pulgas que em 1995 foi muito bem sortido. Os mais famosos “pulgueiros” de São Paulo participaram do evento oferecendo raridades para os interessados. Foi uma boa chance para encontrar aquela peça que estava faltando.
A premiação do Concurso de Carros, ao contrário dos anos anteriores, não obedeceu à divisão de primeiro, segundo e terceiro lugares. Esta premiação foi para os três melhores carros de cada categoria (na categoria Hors Concours foram premiados os cinco melhores).
Uma bela sequência de Fuscas. Em primeiro plano o prateado de Eduardo Ohara, depois o vermelho de Lúcio Charbel Calisto, o bordô de Armando Domingues, o amarelo de Vicenzo Casteluccio e o azul de José Roberto Bruno. São vários anos, desde 1953 até 1995, porém todos são “zero-quilômetro” por sua conservação:
Uma vista parcial dos carros que participaram do Concurso de Automóveis. O concurso foi dividido em várias categorias, que incluíram Fuscas originais e speed, transformados, família Volkswagen, fantasiados, etc. O primeiro, da direita para a esquerda, é o 1961 de Alluisio Lopes Carvalho. Ao seu lado está o 1961 de Wagner Rodolfo Wilke. Ambos foram vencedores na categoria Fuscas originais fabricados entre 1958 e 1961. Ao lado de seu Fusca original, o Wagner Rodolfo Wilke expôs o seu Fusca speed, ano 1978 equipado com motor 1600-cm³, este é um carro que participa de competições esportivas, na categoria Speed 1600:
Este Fusca ’66 era do Cláudio Bassi Elias. Ele fantasiou o seu carro de táxi-mirim, apelido dado aos Fuscas que antigamente eram usados como táxi. Ele conseguiu um taxímetro “Capelinha” antigo num mercado das pulgas e o adaptou ao painel de seu Fusca. Como ele não conseguiu encontrar um luminoso “TÁXI” para o teto de seu táxi-mirim, ele confeccionou um de madeira copiado de fotos de revistas da década de ’60. O resultado, em verdade, foi excelente e ele ganhou na categoria Fantasiado. Na verdade, ele teve alguns problemas quando estava voltando para casa pois muitas pessoas tentaram pará-lo para uma corrida de táxi…
Um Fusca 1950, saia e blusa: um dos mais antigos Fuscas que participaram do evento. Este belo carro pertence a José Guilherme Berardo e veio rodando da cidade de Americana (SP). Durante o trajeto ele sofreu um pequeno acidente que veio a amassar levemente o seu para-choque traseiro, mas isto não impediu que ele fosse um dos vencedores em sua categoria.
Vista geral da Alameda dos Boxes. O movimento de público foi muito grande. A área reservada para os carros do Concurso de Veículos ficou lotada. O pessoal estava esperando o início da Prova de Arrancada.
Flagrante do Concurso de Pintura de Fuscas para crianças. A garotada participou animadamente deste concurso pintando a partir de um desenho de Fusca impresso em uma folha de papel, dando asas à criatividade. Este concurso já era uma tradição nestes eventos.
A indicação dos vencedores foi feita ainda durante o evento e a entrega dos prêmios do Concurso de Carros foi feita em evento separado. Os resultados foram computados com o auxílio de um programa de computador especialmente desenvolvido para esta finalidade. Com isto, foi possível totalizar e comparar o resultado do julgamento com rapidez e segurança. Como já é tradicional, os carros do Concurso ficaram expostos na Alameda dos Boxes, onde o público pôde admirá-los.
CONCURSO DE CARROS
O resultado do Concurso de Carros foi o seguinte:
CATEGORIA FUSCA ORIGINAL:
SÉRIE de 38 a 53(1ª série): o 50 de João Ranieri Neto, o 53 de José Barros Carvalho, e o 53 de José Guilherme Berardo;
SÉRIE de 53 (2ª série) a 57: o 53 de Mauro Marcelo de Lima e Silva;
SÉRIE de 58 a 61: o 61 de Alluisio Lopes Carvalho e o 61 de Wagner Rodolfo Wilke;
SÉRIE de 62 a 66: o 66 de Armando Domingos Orlando, o 62 de Jayme de Castro Jr e o 63 de Hamilton Francis Viana Kul;
SÉRIE de 67 a 70 (1ª série): o 68 de Marina Rocha Câmara, o 69 de Pedro Paulo Cardoso de Mello e o 68 de Hamilton Duarte Rodrigues;
SÉRIE de 70 (2ª série) a 79 (1ª série): o 71 de Marcelo Antônio Lopes Serralheiro, o 74 de José Augusto Barbosa e o 72 de Dilson Porta;
SÉRIE Renascer de 1993 em diante: o 94 de Luiz Femando Baseggio (por sorteio).
CATEGORIA FUSCA SPEED :
SÉRIE de 53 (2ª série) a 57: o 57 de André Misuiti Takeda e o 54 de Alexandrino Tezoli Carvalho;
SÉRIE de 58 a 61: o 61 de Keiichi Nori;
SÉRIE de 62 a 66: o 63 de Renato Antonio Decanini, o 66 de Carlos Alberto Braz e o 64 de Marco Antônio Campos;
SÉRIE de 67 a 70 (1ª série): o 68 de Augusto César Nunes, o 68 de José Antônio Romano Soares e o 69 de Gilmar Barbosa da Silva;
SÉRIE de 70 (2ª série) a 79 (1ª série): o 71 de Marcos Antônio Fazio, o 76 de Sérgio Tunchel e o 78 de André Luis de Faria Souza;
SÉRIE de 79 (2a série) a 86: o 81 de Armando Domingos Orlando e o 82 de Alessandro Norce.
CATEGORIA FUSCA SÉRIE LIMITADA:
O 73 Super Beetle de Fábio Strazzeri e o 86 de Alfredo Ralisch*.
CATEGORIA FANTASIADO:
O 66 de Cláudio Bassi Elias, fantasiado de táxi-mirim.
CATEGORIA TRANSFORMADO:
O 66 Speedster de Ciro de Marzio e ”Fusca -Royce” 65 de Erasmo Antônio da Silva.
CATEGORIA FAMÍLIA VW (sem Kombi e sem Karmann-Ghia e SP2):
A Variant 70 de Luiz Carlos Finoti e a Variant 72 de Marcos Garcia.
CATEGORIA KARMANN-GHIA E SP1 E SP2:
O Karmann-Ghia G 63 de ldival Eantinatto, o Karmann-Ghia 71 de Cleres Lopes Carvalho e o Karmann-Ghia 71 de Marcos de Paula Albino.
CATEGORIA KOMBI (categoria nova):
A 66 de Wagner Sierra, a 79 de José Antônio Moreira Alberto e a 94 de Celsom Gomes Pereira.
CATEGORIA HORS CONCOURS (categoria nova):
A Variant 71 de Luiz Carlos Finotti, o Fusca 70 de Francisco Varca Thomeu Junior, o Fusca 61 de Paulo Celso Fontana, o 70 “Herbie” de Celsom Gomes Pereira e o Fusca 63 de Francisco Varca Thomeu Junior.
PROVA DE ARRANCADA
A Prova de Arrancada foi um grande sucesso e fez a adrenalina de milhares de pessoas que lotavam as arquibancadas subir rapidamente.
Esta foto, tirada da frente do boxe nº1 durante a realização da Prova de Arrancada, dá uma visão parcial tanto do público que estava no lado dos boxes como do público que lotava as arquibancadas. O público que compareceu a este evento também foi recorde:
É interessante observar a diferença da melhor passagem entre os 1200-cm³ e os carros força livre. O vencedor dos 1200-cm³ registrou 22,347s em sua melhor passagem. Já o vencedor da força-livre percorreu o mesmo percurso de um quarto de milha em somente 9,643s, um verdadeiro foguete! A cronometragem foi feita por uma equipe profissional que utilizou fotocélulas e computadores para medir os tempos dos carros com uma precisão de milésimos de segundo. Esta prova era um dos pontos altos destes eventos que apresentavam atrações para todos os gostos.
Verificação final da calibragem dos pneus de um Fusca preparado para a Prova de Arrancada. Este carro pertence a Raphael Gargiulo Júnior e foi segundo colocado na categoria força-livre. Seu motor é de 1800 cm³ e possui uma preparação primorosa:
Na área de concentração dos carros da Prova de Arrancada alguns bólidos que participaram da prova. Tanto o bugue quanto o Fusca, são equipados com motor turbo, tendo uma preparação especial de motor, freios e suspensão. Ambos participaram na categoria força-livre. O bugue tem um motor turbo-nitro (óxido nitroso) de 2.300 cm³ e pertence a Sérgio Rosa da Silva. Leonildo Rizzo é o proprietário do Fusca vermelho, que também possui um motor de 2.300 cm³. O Fusca tem até rodinhas traseiras para evitar que a dianteira do carro suba demasiado durante a potente arrancada.
Para a realização da Prova de Arrancada os carros participantes se dispuseram em fila dupla aguardando o seu momento de arrancar. Os carros, nesta oportunidade, foram divididos por categorias:
Dois Fuscas dotados de motores de 1.200 cm³ arrancam para a sua aventura. O Fusca verde, com número “2” de participação, pertence a Sérgio Gallo, que usa este carro diariamente. Ele concluiu a prova em segundo lugar:
Dois participantes da Prova de Arrancada, da categoria força-livre, no momento da arrancada. A esquerda pode ser vista a torre de lâmpadas (totem) que indica a partida para os participantes. O Fusca “75” pertence a Marcos Galante que concluiu a prova em quarto lugar:
Dois participantes da categoria 1.600-cm³, instantes após a arrancada. O carro do lado esquerdo, com número de inscrição 98, pertence a José Ricardo Espolaor, e chegou em quarto lugar em sua categoria:
Os vencedores das diferentes categorias da prova de arrancada foram os seguintes (os tempos indicados são das melhores passagens):
Categoria A – até 1.200 cm3:
1-Luiz Carlos Finoti (22,347s), 2-Sérgio Luiz Gallo (22,604s), 3-Luiz Antônio Patuci (23,294s) e 4- Eduardo Ralisch* (23,511s).
Categoria B – até 1.300 cm³:
1-Vitor Brescia (18,634s), 2-José Donisete Batista (18,926s), 3-João Henrique Romano Soares (19,381s) e Manuel Ormindo de Souza (20,218s).
Categoria C – até 1.500 cm³:
Rafael Gargulio Junior (18,263s)
Categoria D – até 1.600 cm³:
1-Paulo Petito Vieira (16,690s), 2-Renato Sérgio Zolezi (16,734s), 3-Luiz Carlos Gaido (16,918s), 4-José Ricardo Espalaor (17,386s) e 5-Douglas Finco (17,648s).
Categoria E – Força Livre (turbo, motor a jato, foguete, etc …):
1-Yastaro Jasaki (9,643s), 2-Rafel Gargiulo Junior (11,677s), 3-Gerson Koaj (11,876s), 4-Marcos P. Galante (12,561s) e 5-Jamil Nagim Junior (12,800s).
Os carros da categoria força-livre deram um espetáculo à parte. Competiram nesta categoria Fuscas e bugues cuidadosamente preparados. Potentes motores turbo, alguns inclusive com a adição de óxido nitroso, que atingem potências consideráveis, “empurraram” estes bólidos. Além dos motores, muitos deles ostentavam pinturas especiais e acessórios.
Os carros mais preparados não têm condições de trafegar normalmente pelas estradas e vieram ao autódromo em carretas. Isto não desmerece os demais carros que competiram. Até raridades, como o Fusca 1955 original, oval com teto solar, de Eduardo Ralisch*. Ele cuidadosamente “preparou” seu Fusca, com fita adesiva nos vidros dos faróis e o número de inscrição colado nas laterais, e participou na categoria 1.200 cm³.
Aliás, por falar em velocidade, uma das propagandas feitas durante o relançamento do Fusca em 1993, talvez se aplique ao carro do Eduardo. Esta propaganda dizia o seguinte: “de 0 a 100 em tempo suficiente” …
Realizar um evento desta magnitude no Autódromo de Interlagos foi uma grande e bem-sucedida empreitada para a qual nós já vínhamos nos preparando de anos de eventos em condições semelhantes, mas não com a mesma explosão de carros participantes e de público em geral.
Foi necessária uma grande preparação que envolveu várias áreas, empresas e departamentos da administração pública, desde a gestão do autódromo até o DSV e Policia Militar.
Destaque para os patrocinadores Volkswagen, Coca-Cola, etc. que mais uma vez acreditaram na minha administração à frente do Fusca Clube do Brasil. Também ressalto o trabalho das comissões de evento que se esforçaram em fazer a melhor preparação e realização das diversas atividades. O evento foi gestado na churrasqueira do prédio onde moro, em reuniões semanais, geridas de modo profissional com planilhas de acompanhamento das diversas atividades preparatórias.
Eu tirava duas semanas de férias imediatamente antes da data destes eventos para ir tocando os ajustes finais e fazer a divulgação junto à imprensa, dava para perder uns quilinhos nesta corrida. Mas a imprensa sempre foi generosa conosco, ajudava o fato do Fusca ser muito querido naqueles tempos.
Um dos pontos que eu não abria mão de modo algum era a limpeza dos banheiros, com ênfase aos femininos. Os banheiros em si estavam depredados, mas compramos assentos e colocamos equipes de limpeza em tempo integral para oferecer o máximo conforto possível a todos.
A publicação desta matéria com este detalhamento todo poderia ser expandida para um livro, se quiséssemos incluir tudo o que realmente aconteceu naquele dia memorável. Mas fica aí o registro tanto para quem participou, que pode relembrar a sua participação, quanto para quem não conhecia todos estes fatos.
(*) Aqui falo dos irmãos Alfredo e Eduardo Ralisch, amigos de longa data, fomos vizinhos de bairro na juventude, e que se destacaram neste evento: o primeiro no concurso de carros e o segundo, na prova de arrancada. Os depoimentos e fotos que eles me enviaram agora, a meu pedido para ilustrar a matéria do ponto de vista de quem foi participante ativo dos acontecimentos, constarão da segunda parte desta cobertura. Tenho espaço para mais registros e convido a quem se interessar em enviar seus depoimentos e fotos até o dia 3 de maio para avaliação e eventual aproveitamento na Parte 2. Fica aqui o convite (e-mail: [email protected] ).
AG
Créditos & Notas
(1) – Fotógrafo Eduardo Anuar Farha
(2) – Fotógrafo Cláudio Bassi Elias
(3) – Foto do autor
(4) – Fotógrafo José Carlos Boldrine