O convívio com o Polo TSI nesta terceira semana foi misto, parte urbano, rodando em São Paulo em férias escolares (leia-se com menos trânsito), e parte rodoviário, através de uma breve viagem à região de Jundiaí e respectiva volta à capital paulista. Tal movimento implicou pegar a excelente Rodovia dos Bandeirantes, ao custo de R$ 24 de pedágio para percorrer os cerca de 120 quilômetros. O inconveniente da despesa — 20 centavos por quilômetro não é barato, apesar da bela rodovia —, foi compensado pela marca de consumo para o trajeto, que beirou os 17 km/l, respeitando os 120 km/h de velocidade-limite, com ar-condicionado sempre ligado e apenas eu a bordo, sem bagagem.
Gosto de viagens rodoviárias, nas quais o Polo TSI já se mostrara excelente parceiro no primeiro teste de 2018, qualidade esta confirmada na ida ao litoral norte de São Paulo na 2ª semana do Teste de 30 Dias e neste bate e volta a Jundiaí. Ser o Polo um carro “quieto” faz a diferença. O ruído do motor tricilindro invade pouco ou quase nada a cabine, assim como rumores aerodinâmicos não existem. Mesmo os pneus, os modernos — disponíveis no site europeu da marca — Continental ContiPremiumContact 5, que pela etiqueta do Inmetro emitem 71 dB, tem classificação A no piso molhado e C em resistência ao rolamento. Para referência, os pneus menos ruidosos da marca emitem apenas 1 dB a menos.
Já completamente habituado ao Polo, finalmente aprendi que, ao sair do carro, devia a desviar o meu joelho esquerdo da leve protuberância abaixo do controle dos faróis. Achei estranhas essas joelhadas frequentes, fui olhar as fotos do Polo testado em 2018, e… bingo! A conformação da peça mudou, talvez por conta do controle elétrico de altura do facho, deixando-a na trajetória do joelho saídas apressadas do carro. Necessário exaltar a iluminação oferecida pelos faróis com lâmpadas LED, assim como a beleza da “assinatura” das lanternas traseiras.
Clique nas fotos com o botão esquerdo do mouse para ampliá-las e ler as legendas
A praticidade dos comandos, inclusive da central multimídia, bem intuitiva, torna guiar o Polo fácil, como deve ser qualquer carro destinado ao grande público. Único senão, já criticado, é não haver o clássico botão para abertura do porta-malas, o que nos faz reféns da chave ou da tecla no console. Boa, porém, é a solução para abrigar o triângulo de segurança na face interna da quinta porta, o que facilita o uso deste importante equipamento de segurança.
Clique nas fotos com o botão esquerdo do mouse para ampliá-las e ler as legendas
No vai e vem paulistano o Polo foi ótimo. Ágil e compacto, com boa visibilidade tanto pela qualidade dos retrovisores quanto pela área envidraçada, e não senti falta de uma câmera traseira — o sinal sonoro dos sensores de distância bastou para orientar nas manobras de estacionamento. É fato que os apoios de cabeça formando uma peça única com os encostos dos bancos é solução que visou economia, e não a melhor funcionalidade, boa estética ou eficácia do componente, mas no uso do dia a dia este detalhe pouco me incomodou.
Clique nas fotos com o botão esquerdo do mouse para ampliá-las e ler as legendas
Ao contrário disso, irrita o constante contato da parte inferior do para-choque dianteiro em entradas de garagens e nas valetas paulistanas. Não lembrava desse probleminha no Polo 200 TSI. À época de seu lançamento a VW fez questão de ressaltar que o novo Polo brasileiro teve sua altura em relação ao solo elevada em 20 mm. Este agora, suponho, não foi rebaixado; o que mudou foi o desenho do para-choque dianteiro e ele, infelizmente, parece ser mais vulnerável.
Rodando na cidade o consumo com gasolina rondou cifras entre 9 e 12 km/l, variação grande, mas que espelha a realidade do trânsito da época, mais fluído. Rodei na maior parte do tempo por ruinhas de bairro cheias de pirambeiras, e pouco por vias expressas. Traço constante é, porém, o bom desempenho do motor, que se levado sem preguiça no uso do câmbio, que tem engates exatos, mostra competência. Aliás, se o pé afundar, tal competência chega a divertir.
Entrando na semana final, nada mais resta a fazer do que levar o Polo para o Alberto Trivellato, da Suspentécnica, que há anos nos proporciona sua abalizada análise para encerrar mais este até agora muito prazeroso Teste de 30 Dias.
RA
Leia os relatórios anteriores 1ª semana 2ª semana
VW Polo TSI
Dias: 21
Quilometragem total: 910 km
Distância na cidade: 370 km (41 %)
Distância na estrada: 540 km (59 %)
Consumo médio: 9,1 km/l (40 % álcool – 60 % gasolina)
Melhor média (álcool): 12,6 km/l
Pior média (álcool): 7,2 km/l
Melhor média (gasolina): 16,7 km/l
Pior média (gasolina): 5,8 km/l
Média horária: 27,0 km/h
Tempo ao volante: 34h10 minutos
FICHA TÉCNICA NOVO POLO TSI | |
MOTOR | |
Designação | VW EA211 R3 |
Descrição | 3 cilindros em linha, dianteiro transversal, bloco e cabeçote de alumínio, duplo comando de válvulas, correia dentada, 4 válvulas por cilindro, atuação indireta por alavancas-dedo roletadas, injeção direta, turbocarregador BorgWarner com interresfriador, válvula de alívio de comando elétrico, pressão relativa de turbocarregamento 1,2 bar |
Diâmetro x curso (mm) | 74,5 x 76,4 |
Cilindrada (cm³) | 999 |
Potência máxima (cv/rpm, G/A) | 109/116/5.000 |
Torque máximo (m·kgf/rpm, G/A) | 16,8/1.750~4.500 |
Taxa de compressão (:1) | 10,5 |
Densidade de potência (cv/L) | 116,1 |
Densidade de torque (m·kgf/L | 16,8 |
Comprimento da biela (mm)/ relação r/l | 140/0,272 |
Gerenciamento do motor | Bosch MED 17..5.21 |
/corte de rotação (rpm) | 6.500 (limpo) |
TRANSMISSÃO | |
Conexão motor-câmbio | Embreagem monodisco, comando hidráulico |
Câmbio | Transeixo com câmbio manual de 5 marchas, tração dianteira |
Relações das marchas (:1) | 1ª 3,769; 2ª 2,095; 3ª 1,281; 4ª 0,927; 5ª 0,740; ré 3,182 |
Relação do diferencial | 3,933 |
FREIOS | |
De serviço | |
Dianteiros (Ø mm) | Disco ventilado/ 276 |
Traseiros (Ø mm) | Tambor/228 |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, McPherson, braço de controle em “L”, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra antirrolagem |
Traseira | Eixo de torção, mola helicoidal e amortecedor pressurizado |
DIREÇÃO | |
Tipo | Pinhão e cremalheira, eletroassistida indexada à velocidade |
Relação de direção (média, :1) | 14,8 |
Diâmetro do volante de direção (mm) | 370 |
N° de voltas entre batentes | 3 |
Diâmetro mínimo de curva (m) | 10.6 |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | Liga de alumínio 5,5J x 15 |
Pneus | 185/65R15H (Continental ContiPremiumContact) |
Estepe (roda de aço, temporário) | 185/60R15H |
PESOS (kg) | |
Em ordem de marcha | 1.112 |
Carga máxima | 398 |
Peso admissível sobre o teto | 45 |
Peso rebocável (sem/com freio) | 200 |
CONSTRUÇÃO | Monobloco de aço, hatchback, 4 portas, 5 lugares, subchassi dianteiro |
DIMENSÕES (mm) | |
Comprimento | 4.074 |
Largura sem / com espelhos | 1.751/1.964 |
Altura | 1.471 |
Distância entre eixos | 2.566 |
Bitola dianteira/traseira | 1.524/1.506 |
AERODINÂMICA | |
Coeficiente de arrasto (Cx) | n.d. |
Área frontal (calculada, m²) | 2,06 |
Cx x A | n.d. |
CAPACIDADES (L) | |
Porta-malas | 300 |
Tanque de combustível | 52 |
DESEMPENHO | |
Aceleração 0-100 km/h (s, G/A) | 10,2/10,1 |
Velocidade máxima (km/h, G/A) | 193/197 |
Aceleração 0-1.000 m (s. G/A) | 31,5/31,2 |
Retomada 80-120 km/h (s, G/A) | 14,2/14,2 (5ª) |
CONSUMO DE COMBUSTÍVEL (INMETRO) | |
Cidade (km/l, G/A) | 14,0/9,6 |
Estrada km/l, G/A) | 16,4/11,5 |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
v/1000 em última marcha (km/h) | 38,1 |
Rotação a 120 km/h em última marcha (rpm) | 3.150 |
Rotação à velocidade máxima. (5ª, rpm) | 5.170 |
GARANTIA | |
Termo | 3 anos veículo completo, 6 anos perfuração de chapa por corrosão |
MANUTENÇÃO | |
Revisões (km/tempo) | 10.000 km ou 1 ano |
Troca de óleo do motor (km/tempo) | 10.000 km ou 1 ano |
Troca do óleo do câmbio | Não, vida-toda |