Não é de hoje que alguns desonestos donos de postos de combustíveis ficam criando maneiras de lhe entregar menos combustível do que o indicado no visor da bomba. É importante salientar, contudo, que nesse meio a grande maioria dos empresários do setor de varejo de combustíveis são sérios e honestos, entregando exatamente o que foi comprado.
Consoante o dito acima, uma das práticas desonestas é o posto, por seu proprietário ou gerente, se valer da atuais bombas de controle eletrônico que podem ser modificadas por especialistas no sentido de adicionar um chip com software próprio, obviamente diferente do original, e que são comutáveis entre si por controle remoto.
Este segundo software faz o visor indicar volume de combustível fornecido maior que o verdadeiro, acarretando maior custo do abastecimento.
Como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) descobriu a falcatrua, quando a fiscalização chegava a um posto, alguém imediatamente, pelo controle remoto, mudava o chip para o original, desfazendo a troca assim que a fiscalização fosse embora.
Como o veículo era prontamente identificado com sendo da ANP, a agência passou a utilizar carros sem a identificação, pegando os postos de surpresa no teste de volume fornecido por meio do latão padrão de aferição de 20 litros que todo posto é obrigado a ter há muitos anos.
Mas como a prova do latão significava perigo potencial para o posto, os veículos de serviço do órgão foram modificados de tal forma que o combustível colocado no bocal não ia para o tanque e sim para o latão de 20 litros padrão no carro, fora da vista do frentista. A prova do crime era irrefutável.
Acabou o problema? Não!
Para evitar o flagrante, o chip adicional foi reprogramado para só passar à indicação de volume falsa a partir de 20 litros, justamente o padrão de aferição. Portanto, ao consumidor só resta, neta questão de volume falso x volume verdadeiro — pelo menos por enquanto — passar a reabastecer de 20 em 20 litros. Se quiser encher o tanque, como ao precisar viajar, mandar o frentista colocar exatamente 20 litros, sem arredondar o custo, encerrar o reabastecimento e iniciar outro. Anote o valor do primeiro abastecimento ou fotografe com o celular.
Esse processo dá menos trabalho do que parece.
Quanto à especificação do combustível, sua adulteração, é outro assunto. Habitue-se a pedir nota fiscal com todos os dados preenchidos e corretos, inclusive a placa do carro, necessário para formalizar qualquer reclamação à ANP.
.DM
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