A Takata, atingida por uma crise global de segurança, disse hoje que seu presidente, Stefan Stocker, deixaria a empresa e que seu presidente executivo mais uma vez assumiria a função para unificar a resposta da companhia à convocação de milhões de veículos que estão com bolsas infláveis defeituosas.
Stocker, suíço, entrou para a Takata em fevereiro de 2013 como diretor depois de trabalhar para a Robert Bosch. Ela completará 61 anos na quinta-feira e se tornou o primeiro presidente estrangeiro da Takata em junho do mesmo ano, recebendo o cargo de Takada. Ele continuará na empresa como membro da diretoria.
Shigehisa Takada, 48 anos, neto do fundador da empresa, se tornará presidente e manterá seu título de presidente e executivo-chefe.
Mais de 24 milhões de carros foram convocados no mundo todo – cerca de 17 milhões nos Estados Unidos– desde 2008 devido às bolsas defeituosas da Takata, que inflam com muita força e atiram pedaços de metal para dentro dos carros.
Há pelo menos cinco mortes confirmadas ligadas às bolsas infláveis da Takata, todas em carros da Honda. A prolongada crise de segurança levou seu terceiro maior cliente, a General Motors, a desenvolver planos de contingência de modo a passar para outros fabricantes de bolsas infláveis caso o número de convocações cresça.
“Feito tudo errado”
A Takata não especificou se Stocker pediu demissão ou se foi substituído, e Hideyuki Matsumoto, um porta-voz, recusou-se a falar mais do que a declaração.
“Esta empresa fez tudo errado, tem governança corporativa zero e é um dos piores exemplos de má administração,” disse Edwin Merner, presidente da Atlantis Investment Research em Tóquio. “Colocar toda a administração de volta para a família parece bem negativo,” disse. “Enquanto não tiver nova administração esta empresa não sobreviverá.”
A Takata havia contratado Stocker no ano passado para aumentar o controle de sua crescente operação global.
A Takata, controlada majoritariamente pela família fundadora, ficou alvo de críticas pela maneira com que cuidou da crise de segurança e enfrenta dezenas de ações coletivas bem como investigação criminal nos EUA.
Nem Stocker nem Takada apareceram em público desde a reunião desde uma assembléia de acionistas em junho. Na semana passada a companhia fez publicar cartas abertas de Takada em vários jornais, inclusive na Automotive News.
A fabricante de bolsas infláveis disse que Takada terá seu salário cortado em 50% durante quatro meses como resposta à crise de segurança. Stocker e três executivos seniores também terão cortes no salários, informou a empresa. (Automotive News/Contribuição da Bloomberg).