JEEP COMPASS LIMITED TD 350 4×4 NO USO (ESPECIAL)

Antes de iniciar meu texto gostaria de explicar ao leitor que este “no uso” foi especial.  Avaliei o Compass durante meu período de férias. Com isso tive um contato mais longo com o carro além de fazer uma grande viagem — será um texto mais extenso que o de costume. Não me preocupei em fazer fotos detalhadas do carro que é amplamente conhecido, mas a tradicional foto AE não poderia faltar. Uma coisa é certa, pude conhecer este Compass a fundo.

Logo no primeiro dia com o Compass passei por um momento curioso. Sabe quando você está pensando em comprar um carro novo e começa a ver ele em todo lugar? Foi isso que aconteceu comigo durante meu tempo dirigindo. Em um dado momento cheguei a contar cinco modelos na mesma praça de pedágio. Nas grandes cidades ele também é figura fácil de se ver. O alto número de vendas no mercado de suves confirmam que não é apenas minha impressão, o modelo caiu realmente no gosto do consumidor brasileiro.

Para a minha viagem não usei a versão mais vendida (gasolina) e sim a versão Limited TD 350 4×4, cujo preço público é R$ 255.165. Escolhi a versão com motor Diesel buscando grande alcance, uma vez que rodaria bastante e não conhecia bem a qualidade dos postos de combustíveis no caminho. O modelo cedido pela Jeep é bem completo e conta com uma extensa lista de itens como bancos elétricos, teto solar, som da marca Beats, tomada de 127 volts, entre outros — difícil elencar o que ele não tinha A relação de equipamentos de série no final mostra bem isso.

Partindo da minha querida Piracicaba, SP, o primeiro destino seria em Curitiba com uma parada em São Paulo. O porta-malas de 476 litros conta com a facilidade da abertura motorizada ao passar o pé sob o para-choque. Lá coloquei duas grandes malas de viagem além de mochilas e uma mala menor sem qualquer problema. Com o tanque de 60 litros cheio o alcance indicado no computador de bordo era 840 quilômetros. Vale lembrar que esta versão conta também com um tanque adicional. o de Arla 32 — uma solução 32,5 % de ureia para cada 100 gramas de água desmineralizada que, pulverizada no catalisador, ocasiona uma reação química que transforma os óxidos de nitrogênio — NO e NO2, poluentes altamente irritantes para as vias respiratórias — em água e nitrogênio, este um gás inerte e inodoro que, como sabemos, constitui 78% do ar que respiramos. Este já foi entregue cheio (13 litros) e geralmente só precisa ser reabastecido a cada 10 mil km.

Um destaque positivo do modelo é sua central multimídia com tela de 10,1 pol. , associada à característica que considero a melhor de todas: pareamento sem fio para Android Auto e Apple CarPlay juntamente com o carregamento da bateria do  celular por indução, dispensando totalmente o uso de cabos. Nela também é possível fazer ajustes no sistema de climatização além de contar com um GPS nativo. O painel é tontamente digital e configurável.

Já com tudo pronto fomos para a estrada, eu, minha esposa Karina e uma amiga nossa., que pegou uma carona conosco para Curitiba, daí a parada em São Paulo para pegá-la.

Rodando muito pela Rodovia dos Bandeirantes os sistemas de auxílio de condução tornaram a viagem bastante tranquila. O sistema de permanência em faixa ajusta sozinho o carro para o centro da faixa de rolamento bastando apenas não tirar as mãos do volante. Já o controle automático de velocidade de cruzeiro adaptativo freia ao se encontrar um veiculo lento à frente. Basta este retornar para faixa da direita que a aceleração é retomada até a velocidade ajustada. Se não fossem alguns poucos motoristas que “compram” a faixa da esquerda ou que entram de repente na sua frente teríamos um consumo ainda melhor. Mas não posso negar que ver 15 km/l no computador de bordo me impressionou — rodando a maior parte do tempo em nona marcha.

Mas ao passar pela capital paulista desliguei o assistente de permanência em faixa, uma vez que lá dirigimos mais no limite da faixa por causa das motos. Gostei também do sistema até mesmo apresentar uma resistência ao volante se mudamos de faixa sem dar seta. Já sinalizando o volante continua com sua leveza habitual — precisamos de mais carros assim para aquelas pessoas que gostam de “economizar” seta. Outro item muito usado por lá foi o auto hold que segura o carro parado pelo freio de estacionamento eletromecânico, liberando automaticamente ao acelerar. É muito útil nas  paradas nos semáforos e no para e anda dos congestionamentos.

Já na rodovia Régis Bittencourt a atenção foi redobrada do início ao fim. Com apenas duas faixas, muitas curvas, pouco acostamento e muitos caminhões, é comum ver alguns acidentes pelo caminho — só na ida foram três. Com belas rodas aro 19 muito bem montadas  com pneus 235/45R19, o Compass se comportou muito bem em curvas, mesmo com ocupantes e bagagens. O conforto a bordo é grande até mesmo para os passageiros do banco de trás — nossa amiga até dormiu.

O principal destaque do conjunto é seu o motor 2-L turbodiesel. São 170 cv a  3.750 rpm e 35,7 m·kgf a 1.750 rpm, raramente o ponteiro do conta-giros ultrapassava 2.500 rpm. Fica o elogio também para o câmbio automático de 9 marchas, foram raras as vezes que precisei efetuar trocas manuais pelas borboletas atrás do volante ou pela alavanca seletora do câmbio. Seja em longas subidas ou ultrapassagens, em nenhum momento pareceu precisar de mais potência ou força, com boa e pronta resposta em todos os momentos.

Depois de um dia em Curitiba partimos em direção às praias de Florianópolis. Com pouco trânsito, rapidamente colocamos pela primeira vez as rodas do Compass na areia. Com todo cuidado rodei apenas um pequeno trecho que já conhecia apenas para testar o modo Sand (Areai, entre os vários disponíveis). Fica claro que estamos a bordo de um veículo muito capaz e não apenas um suve de “shopping”. Ainda temos no painel as teclas para acionamento do controle da tração 4×4, do bloqueio do diferencial e sistema de auxílio para descidas.

Depois de um dia ensolarado na bela Florianópolis, fomos para as montanhas de Bom Jardim da Serra. Aqueles que gostam de viajar de carro ou motos já deve imaginar o nosso destino final. A paisagem vai mudando aos poucos e o litoral é trocado pela serra. O clima vai ficando mais frio conforme vamos subindo, passamos ainda por Urubici até chegar ao famoso mirante da Serra do Rio do Rastro. São mais de 1.400 metros acima do nível do mar (sem qualquer problema de perda de potência para o motor turbo). Realmente é uma paisagem deslumbrante e faz valer o caminho até lá.

Já no caminho de volta descemos a Serra do Rio do Rastro como teto solar aberto — depois de tanto admirar a paisagem foi o momento de também fazer parte dela. Encontramos várias pessoas de moto, bicicleta e até a pé. A serra é bem íngreme e com várias curvas de cotovelo, de 180 graus.  Muitos estacionam o carro para tirar fotos então é preciso ter atenção redobrada. Em algumas curvas mais fechadas com caminhões fechei momentaneamente os retrovisores elétricos para garantir que não teríamos nenhum risco até retornamos a Florianópolis.

Os bancos elétricos com ajuste lombar ajudaram muito nas longas horas de viagem. Seguimos sem qualquer problema e com muita tranquilidade. Caso o leitor tenha a oportunidade recomendo muito fazer uma viagem longa assim. Para não dizer que não tive problema algum, numa manhã mais fria o sensor de um pneu dianteiro acusou baixa pressão. Porém bastou o clima esquentar e rodarmos alguns quilômetros com o carro que tudo se normalizou.

É curioso notar que o trecho de volta geralmente costuma ser mais rápido. Porém o computador de bordo mostrou que o consumo de 13,7 km/l se deu além das serras por um pé mais pesado do motorista (o consumo rodoviário de homologação é 13,0 km/L). Foram poucos abastecimentos e consegui seguir a risca o plano de abastecer apenas em locais conhecidos e com combustível — diesel S-10 — de boa qualidade.

Restava apenas o trecho final de Curitiba a Piracicaba, no dia seguinte Saindo bem cedo, desta vez pegamos chuva literalmente o caminho todo, com muitos trechos de neblina — e mais acidentes na Régis Bittencourt. Com a pista molhada dirigi com muito cuidado, a tração é normalmente 4×2 dianteira  porém a 4×4 é acionada sob demanda automaticamente. Chegamosi em São Paulo sem nenhum problema e a tecnologia embarcada  ajudou em duas ocasiões.

Na primeira delas, na rodovia Raposo Tavares, o trânsito repentinamente para logo após uma curva. O sistema de frenagem autônoma não só avisa no painel como também é capaz de acionar os freios com precisão e segurança. Já em outro momento o GPS me mandava manter a direita, porém a faixa que eu estava era exclusiva para isso. Dei seta, olhei no retrovisor e no momento que eu ia mudar de faixa um alarme soou me fazendo abortar a manobra:. um motociclista passa ao meu lado em alta velocidade — mais um ponto para a tecnologia.

Foram mais de de 2.800 km rodados e o Compass foi devolvido após 12 dias — cinco mais do que num teste normal — deixando boas impressões. Passamos por três estados, muitas cidades e chegamos em casa como se tivéssemos rodado muito menos. Além do conforto dos bancos as suspensões foram fundamentais para uma viagem tranquila e segura. O modelo une uma boa aptidão familiar podendo transportar motorista mais quatro pessoas com espaço e conforto e suas bagagens. Além disso ele faz valer suas sete fendas no grade, é um Jeep com motor Diesel e tração 4×4 que pode fazer bonito em qualquer terreno, basta escolher a sua estrada.

For que foi uma maneira perfeita de eu e Karina comemorar nosso terceiro ano de casamento.

Confira abaixo a ficha técnica e se sobrou alguma dúvida não deixe de me perguntar nos comentários.

LR